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14.1.11

Ape Escape

Data de lançamento: 02/07/1999
Género: Plataformas
Produtora: Sony Japan
Editora: Sony









Depois do sucesso do macaco Adriano no Big Show Sic a Sony Japan percebeu que havia algo nestes seres primatas que mexia com o ser humano. Proximidade genética? Não sei, mas o facto é que eles estão em todo lado: Nos filmes, desenhos animados, jardim zoológico e até no nariz de toda a gente. Agora, é claro que também vão ter entrar na Playstation, e montes deles!

Ape Escape apresenta-se ao mundo como um colorido jogo de plataformas 100% 3D, com um aspecto algo infantil, e com personagens que fazem lembrar um pouco a série Dragon Ball (que também tem como protagonista um macaco!). Além disso, acreditem ou não, também vem com o propósito de revolucionar a forma de jogar em formato 3D utilizado todas as capacidade que o novo Dual Shock tem para oferecer.

A história é muito simples. Um chimpanzé branco, chamado Specter, coloca acidentalmente, na cabeça um capacete que aumenta exponencialmente as capacidades intelectuais de um indivíduo. E como precisamos de um mau da fita, Specter, com as suas novas capacidades, agora quer conquistar o mundo utilizando como meio, uma máquina do tempo construída pelo mesmo cientista que concebeu o engenho que tem na cabeça. Como herói temos um rapazinho chamado Spike que tem de percorrer o Tempo para apanhar todos os macacos que fugiram e parar Specter.
Ok, não fuja que o pior já passou! Não se deixe intimidar pelo aspecto, e argumento infantil deste jogo, pois Ape Escape é dos jogos mais revolucionários e originais que passaram pela Playstation.

Gráficos: Muito coloridos e ao estilo da animação japonesa. Os gráficos estão razoavelmente bons, não são os melhores que já passaram pela nossa consola favorita mas, têm um toque bastante pessoal. Os cenários são variados com dezenas de animações e personagens para além dos macacos. Ao longo de todo jogo não existem quebras gráficas no desempenho apesar da enorme quantidade de movimentação constante ao longo de todos os cenários. Isto é importante porque devido ao peso dos gráficos 100% 3D o que acontece em muitos jogos é que em várias situações o jogo entre no “modo camera lenta” e os produtores tiveram esse cuidado para que a animação do jogo fluísse com solidez. Os efeitos também estão suficientemente bons para que não existam razões de queixa, e além fazem bastante bem de suporte á vivacidade do jogo para que esta nunca quebre de ritmo

Jogabilidade: Até á data o Dual Shock da Playstation ainda não tinha sido devidamente utilizado por nenhum jogo. E é neste ponto que começa a revolução de que vos falei á pouco. O analógico esquerdo movimenta e direcciona a personagem enquanto o analógico direito movimenta e direcciona a arma ou engenhoca que temos em mão. Isto permite-nos correr numa direcção e manejarmos a nossa arma noutra completamente diferente e o termo “100% 3D” passa a fazer todo o sentido. Este foi o 1º jogo a conceber tais capacidades na Playstation. O extraordinário no meio disto tudo foi a simplicidade com que isso foi feito. Requer algum tempo para a habituação mas após esse período é muito fácil e extremamente viciante manejar Spike e apanhar macacos (não os do nariz) das mais variadas maneiras. Mas só esta novidade não seria suficiente para vencer o aspecto acriançado de Ape Escape. Ao longo do jogo vamos recebendo, progressivamente, várias engenhocas que nos vão ajudar a capturar estes primatas, e digo-vos desde já que vão deixar o Inspector Gadget e o Doraemon encostados a um canto. Desde a rede de captura, às pás-hélices passando por carrinhos telecomandados e o bastão eléctrico de Darth Vader (que estava á venda no E-Bay), mais uns quantos engenhos da mais avançada tecnologia. E todos eles com o inovador sistema de dual Shock!
As cameras do jogo é que não estão de todo perfeitas. Não digo com isto que estejam totalmente más, mas por vezes dificultam um pouco a jogabilidade de Ape Escape, pois temos que manualmente ajusta-la de forma a conseguirmos obter a melhor óptica de jogo e isso poderá vir a ser chato para alguns. Existem outros jogos semelhantes, como em Spyro The Dragon, onde podemos optar por uma camera manual como esta ou uma automática, que fixa sempre as panorâmicas de jogo, de traz para frente da personagem em jogo. Seria uma opção mais lógica visto que estraga um pouco a fluidez de jogo.


Som: A banda sonora é idêntica aos desenhos animados que dão na TV de manhã, tal como os efeitos sonoros, o que ajuda bastante o aspecto infantil deste jogo que vai afastar bastantes jogadores. Alguns jogadores poderão até engraçar com este aspecto imaturo do jogo, relembrando o espírito juvenil de quando era inocentes vorazes de gomas e chocolates, mas na minha opinião está excessivamente desregulado ao jogador comum. Alguns efeitos sonoros estão muito engraçados. Os macacos emitem sons diferentes dependendo do grau de proximidade que se encontra deles e tudo em Ape Escape tem uma característica sonora única e muito engraçada, que ajudará um pouco (talvez) a ultrapassar a sensação de que talvez não tenha idade para estar a jogar este jogo apesar de ser extremamente divertido.

Longevidade: Em Ape Escape poderá contar com 21 níveis divididos por 5 áreas diferentes, viajando no tempo pela pré-historia, idade media, idade do gelo, etc… percorrerá os tempos antigos e modernos para que nenhum chimpanzé lhe faça estragos no tempo. E se conseguir apanhar todos estes descascadores de bananas, terá acesso a um nível extra e final alternativo. Pelo meio disto tudo ainda terá de fazer corridas com o seu rival Jake, que foi controlado por Specter. No final terá a tarefa extra de capturar todos estes símios para ter acesso a m nível bónus e um final alternativo. Parece lhe muito? Nem por isso, provavelmente não ultrapassará as 6-7 horas de jogo. Tem como outra opção tentar bater recordes de tempo em recapturar todos os macacos de um nível, mas serão raros os jogadores a tentar esse desafio, pois o jogo deixa de ter interesse ao ser re-jogado em contratempo, e para além disso, a dificuldade em manejar a camera travará qualquer vontade em tentar superar essa tarefa. Ainda assim acredito que volte a jogar uma segunda vez mais tarde.

Em suma, Ape Escape é um excelente jogo de plataformas que a meu ver foi bastante mal aproveitado. Poderia talvez ter sido dos melhores de sempre da playstation, mas essa hipótese foi estragada por pequenas falhas mecânica e principalmente pelo aspecto infantil do jogo. A Sony Japan conseguiu desenvolver um uso decente para dual shock, e até para a Pocketstation (que só foi lançado no Japão) criando mini-jogos para o pequeno engenho portátil da Sony. Os pormenores deste jogo como os efeitos gráficos e sonoros, trouxeram muita vida a Ape Escape compensando um pouco a camera embaraçosa. Ape escape poderia também ter mais extras decentes, pois é um jogo que é muito rápido de se acabar, e deixa de ter mais interece talvez até em se re-jogado, coisa que se resolveria, por exemplo, com mais algumas pequenas missões que obrigassem ao uso inteligente das engenhocas. Mas este jogo ganha pela originalidade, e principalmente pela inovação na forma de jogar. Bom para uns, mau para outros, não deixa de ser inovador, e merecer atenção para esse facto.

Gráficos: 8.0 (bonitos, simples e cheio de brilho, tudo em “anime style”)

Jogabilidade 8.5 (a genialidade, estragada pela camera)

Som 7.0 (bem vindo á odisseia no espaço para os pequenotes)

Longevidade 7.5 (6 horas na apanha dos macacos? Muito fácil…)

Nota final: 7.8 (Ainda assim, [apesar de tudo], Ape Escape é bom e deixa tudo em aberto para poder vir ser um jogo de nota 10 num próximo capitulo. E se achar que não, vá apanhar macacos!)



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