Género: RPG
Produtora: Squaresoft
Editora: Squaresoft
Depois de tudo aquilo que foi Final Fantasy VII (ainda hoje considerado por muitos o melhor FF de sempre) a SquareSoft tinha em mãos a
missão de conseguir fazer igual ou melhor. Lembro me perfeitamente que o hype
em volta do lançamento deste jogo levou os fãs à loucura devido as
apresentações gráficas que a Square ia lançando. E era na verdade, razão para
tal.. Final Fantasy VIII aparenta acompanhar a evolução tempo e promete um jogo
espectacular. Mas hoje passados quase 14 anos desse marco, continua-se a dizer
que FF VII foi talvez o melhor de sempre. Portanto a evolução no tempo nem
sempre é a justificação de um melhor jogo.
Pois é! Um novo Final Fantasy trás sempre, como tem sido
tradição, um novo jogo, novas personagem, com uma nova história, e uma nova
forma de jogar! Tem sido sempre assim desde o primeiríssimo Final Fantasy. E é
isso que os fãs da série procuram. Alguma coisa inovadora que não caie na
repetição, ou que não seja mais do mesmo. Não, Final Fantasy nunca faz isso.
Apenas mantém determinados padrões de familiaridade, de forma a ligar os
episódios uns aos outros (para quem não me percebeu, estou a falar de por exemplo, Chocobobos, Moggles, o nome de algumas personagens como o Cid, alguns summuns
como Ifrit, Shiva.. Etc…). Isto na verdade é bastante inteligente porque quem pega
de novo na série não fica completamente à nora, e ao mesmo tempo os seguidores
de long time ago, reforçam o elo emocional com o jogo.
Mas chega de conversa e vamos já de seguida analisar Final
Fantasy VIII ao detalhe
Gráficos: Sim! Sem dúvida o salto aqui é enorme. FF VII
tinha como único defeito as personagens poligonais que dava uma sensação de
imperfeição comparando com o resto do jogo. Verdade seja dita era 1997 e não
1999, mas ainda assim poderia ter sido diferente. E a Squaresoft sabia disso
melhor que ninguém pois 2 anos depois aperfeiçoou os gráficos e incutiu em FF VIII
um aspecto deslumbrante! Manteve (com melhorias) os cenários pré-renderizados e
construiu as personagens de forma a parecerem mais realistas, com o tamanho
proporcional à realidade ao contrário do que acontecia em FF VII. Em alguns
momentos até conseguimos distinguir determinados traços emotivos nas feições
das personagens. A Square fez sem dúvida um trabalho fora de série. E o visual
CG está do melhor que já foi feito até esta data. Todas a cutscenes em FMV (que
não são poucas) estão perfeitas, e por vezes (como acontece no mini-jogo da invasão ao Balamb Garden) é possível interagir no meio de uma sequência FMV, fazendo com que o jogador se sinta ainda mais dentro da cena a decorrer. A Square puxou bem dos galões quanto à parte gráfica em FF VIII, tanto que não me
lembro de nenhum jogo que o supere (talvez Metal Gear Solid, mas graficamente
perde por não ter cutscenes CG) até àquela data.
Jogabilidade: Novo Final Fantasy, novo esquema de jogo.
Portanto, esqueçam tudo o que aprenderam em FF VII. Posso dizer que demorei
umas boas horas a processar todo este modo de jogo de FF VIII. É verdade que os tutoriais estão disponíveis sempre que necessário, mas PORRA!! É preciso um curso para a aprender a jogar
esta bost… bem, agora que o devaneio já passou.. vou-vos explicar. Ponto número um, o jogo funciona à base de
GF’s (Guardian Forces) que são nada mais nada menos que os summuns comuns de
Final Fantasy (Ifrit, Shiva, Quetzalcoatl, etc..). A partir do momento em que
equipamos um GF a uma personagem, esta pode utilizar habilidades como GF, Draw,
Magic ou Item (a parte má é que só é possível usar 3 destas 4). Magic e Item
dispensa apresentações, a novidade aqui é o Draw e o GF. A função Draw serve
para sugar magia dos adversários, ou dos pontos de magia. E a magia aqui (um
pouco à semelhança de FF VII) nos combates passa a ser usada como um item que
usamos sobre nós ou sobre um adversário. O GF seria o equivalente ás invocações
que causam bastante dano aos adversários.
Mas isto é a apenas uma parte das explicações. Os GF’s têm
um papel imprescindível na evolução das personagens. Praticamente tudo irá
passar pelas funções que cada GF’s pode proporcionar à personagem em questão. As magias que sacamos podem ser equipadas nos GF’s reforçando as característica das
personagens (determinada magia pode aumentar o HP, ou a força, vitalidade, etc...
do utilizador do GF). Além disso é possível equipar magia de modo a favorecer o
nosso ataque ou a nossa defesa. Isto permite-nos por exemplo, atacarmos com
influência de fogo, ou gelo, ou então se sofrermos um ataque de electricidade
anularmos o dano, ou até mesmo absorvê-lo. Mas para que isso seja possível são necessários bastantes combates para que os GF’s evoluam (sim, eles também
evoluem) e consigam aprender essas mesma habilidade de personalização. Estas
não são as únicas habilidades que os GF’s passam para os seus
utilizadores. Podem também contar com
alguns ataques especiais e também com a possibilidade de ver aumentada varias características de cada indivíduo E pronto basicamente é isto. As característica de cada personagem passam pelas magias que conseguirem sacar e
pelos GF’s que possuam. A única coisa que poderá diferenciar uma personagem das outras serão os Limit Breaks que cada um pode executar. Nomeadamente os Limit Breaks
da Rinoa, Squall, e do Zell onde são necessárias revistas que se vão encontrando
ao longo do jogo, para ser possível evoluir a força do Limit Break. Em Quistis e
em Irvine é possível combinarmos itens para concretizar diferentes Limit
Breaks.
Uma grande novidade em FFVIII é o jogo de cartas. Existem
100 cartas para coleccionar e jogar. O jogo é sem dúvida bastante divertido, e
simples e ao mesmo tempo complexo. Existem 4 valores de referência (cima,
baixo, esquerda e direita), e quando uma carta é colocada ao lado de outra os
valores que se encontram entram em choque e ganha vantagem a carta com maior
valor. No final ganha quem conseguir a maior vantagem sobre o adversário. Esta
é a parte simples, a complicada começa no sentido em que cada vez que se muda
de cidade regras adicionais poderão ser acrescentadas, como escolha de cartas
aleatória, terreno como influência de magia (poderá retirar ou acrescentar um
ponto à carta caso ela seja compatível com a magia) e outras mais. Assim que
entendermos o jogo e as regras a 100% torna-se muito divertido, e nos momentos
mais aborrecidos do jogo é uma boa forma de desanuviar um pouco.
Som: De todos os Final Fantasy’s que joguei não houve um único
em que pensasse o seguinte: "Epáh estou um bocado enjoado desta música." Bem pelo
contrário. FF sempre foi conhecido por ter as melhores faixas de RPG’s e o seu oitavo capítulo não seria uma excepção. Apesar de serem feitas em qualidade
digital (o que não signifique que seja mau) a construção destas é de uma
genialidade anormal. Abafa muitos compositores profissionais e o tempo e espaço onde cada faixa surge no jogo faz com que pareça que estamos perante uma
produção multimilionária de Hollywood. Não, isto vem directamente dos estúdios da Squaresoft (que provavelmente até é melhor), quem tiver dúvidas procurem
pelo youtube faixas como The Landing, Eyes On Me, ou Maybe I’m a Lion. É sempre difícil descrever bandas sonoras,
não há nada como as ouvir, mas Final Fantasy Consegue sempre fazer magia neste parâmetro do jogo. É mais uma das características que tornam a série FF tão mítica e tão épica.
Longevidade: Enorme como seria de esperar, e assim o
justificam os 4 CD’s de FF VIII. Ainda assim não me pareceu tão extenso quanto
o FF VII. A história pareceu me relativamente mais curta e na minha franca
opinião desiludiu-me um pouco. É um argumento com altos e baixos, e apesar de ser
feito de cenas que quase nos sacam uma lágrima do canto do olho, esta história
no global não me tocou como me tocaram outros FF. Não é mau, mas este
sentimento surge depois de alguém que jogou e adorou um jogo como FF VII e
esperava em VIII uma coisa semelhante. Quando falei em “momentos aborrecidos”
na introdução às cartas não estava a mentir. E não existia necessidade nenhuma
desses momentos de “encher chouriço” em FF VIII. Não senti nenhuma ligação com
as personagens do jogo (tirando a Rinoa que é boua todos os dias…) e a personagem
que mais me divertiu foi Laguna que é uma personagem secundária. O
que acaba por compensar mesmo é toda a mística presente, típica da série Final
Fantasy, e os SideQuests que recompensam os pontos menos positivos do argumento. Mas não causa o mesmo
sentimento de saudade como FF VII causou.
Fazendo a minha análise geral, FF VIII demorou um pouco mais do que habitual a convencer me, e se não estivesse mos a falar da pérola da
SquareSoft, teria sido uma aposta inicial muito dúbia. E verdade seja dita,
isso não pode acontecer. Só para o final do primeiro CD é que várias situações no
jogo se começaram a compor. Não é totalmente fácil entender este jogo à primeira,
e mesmo alguém que seja expert em RPG’s terá certamente as suas dificuldades. Imaginem portanto, alguém que nunca “tenha tocado na chicha”. Além disso não me agradou de
todo o facto de personalizar tanto as personagens no sentido das magias a que
podia sujeita-las. Isso fazia me constantemente perder tempo nos menus e a
trocar magias e trocar GF’s, já para não falar que estava limitado pelos Slots
que poderia usar (ou seja teria sempre que deixar alguma coisa boa de parte). A
sensação que ficou foi a de: “tens a liberdade de definir o que quiseres das
personagens mas num curto espaço de opções”, e isso não é de todo positivo. Estraga a experiência de jogo, pelo tempo que leva a adaptarmos-nos a essa
ideia.
Quem já tem lido as minhas reviews sabe que tanto dou no
ferro como na ferradura e apesar destes pontos negativos FF VIII ainda assim é
um jogo muito bom e final dá-nos um aperto no coração como é de costume. Recomendo
obviamente a quem nunca jogou, mas tenham um pouco de paciência...
Gráficos: 9.4 (Cenas brutais em CG, personagens e cenários
desenhados ao pormenor, e variedade, muita variedade. Do melhor que existe na
Playstation)
Jogabilidade: 7.8 (É preciso demasiado tempo para nos
envolvermos por completo na jogabilidade. Provavelmente precisará de várias
tentativas até se entregar por completo ao jogo. A partir daí será um vício)
Som: 9.0 (como sempre FF é acompanhado por uma banda sonora
magnifica. Parabéns mais uma vez SquareSoft)
Longevidade: 8.0 ( São várias SideQuests a completar, 4 CD's enormes para jogar, uma jogo excelente mas não está no patamar a que estamos
habituados na série)
Nota Final: 8.2 (Ok apesar de provavelmente ser o FF mais
fraco em que peguei ainda assim leva nas trombas com uma excelente nota. Sim,
mas sendo pior continua a ser um jogão! E a merecer todos os elogios que possa
receber. É um clássico)
EX: Oi pessoal, daqui é o Andros. Alguns de vocês talvez estejam a pensar porque é que raio o FFVII sendo a espectacularidade que é tenha uma nota semelhante ao FFVIII... a resposta é simples - não fui eu a fazer a review - há que ter atenção que somos 4 pessoas com opiniões e backgrounds diferentes (mesmo que a maior parte sejam do Mike) logo vão sempre existir pontos de vista diferentes. Mas, para termos talvez um comparativo mais... "comparável" vou dar aqui a "minha" pontuação (nunca denegrindo o trabalho do meu colega que é muito mais versátil do que eu)... então aqui vai:
Estória\Conceito: 5.0 (O plot é horrível com ideias parvas e mal explicadas)
Gráficos: 9.0 (CGs muito boas e modelos 3D detalhados e fluídos)
Jogabilidade: 7.0 (É sim ou sopas... quando se percebe é muito fácil e quando não, é muito dificil... ou então spamam-se os GFs...)
Som: 9.5 (Espetacular e sem dúvida a melhor parte do jogo)
Longevidade: 8.0 (O costume... ou seja bom 50-60 horas)
Nota Final: 7.5 (Ok, apesar se provavelmente ser dos FFs mais fracos que joguei ainda assim leva nas trombas com uma nota que não é muito má. Sim, mas continua a ser um jogão e a merecer os elogios que possa receber. É um clássico) - Viram o que eu fiz? XD
(Como vêm, não é assim tão diferente da review do Mike, mas como temos métodos de avaliação diferentes as notas finais podem não coíncidir (o que neste caso foi uma variação de 0.7 pontos - nada por aí além). Ok, agora dou de frosques antes que o Mike apareça e me dê cabo do canastro... Andros out.)
Bem parece que tem a sua dose de problemas :/
ReplyDeleteNa minha opinião é um dos piores FF's de sempre. O sistema de jogo é uma treta, especialmente os Draws que foi a coisa mais estúpida que fizeram. A história idem aspas, depois de terminado o primeiro CD, perde o interesse a pique. As únicas coisas que realmente abonam a seu favor são os visuais, impressionantes para a altura (eu confesso que fiquei cismado por estes) e a banda sonora que é sempre um ponto alto em qualquer jogo da saga. Mas nem isto o salva. Pior que este só mesmo o XIII.
ReplyDeleteAté hoje joguei o FF I (no origins), o VII, o VIII, IX e X... e concordo contigo em que este foi o piorzinho de todos. Os draws nem me chatearam muito. Chateou me foi de repente perceber que não podia fazer draws constantes porque tinha um limite de magias a ter em posse. e ter que andar a fazer trocas constantemente n fazia muito sentido... foi sem dúvida o mais fraco de todos. Mas ainda assim não se pode dizer que seja um jogo mau. Por algum motivo fui levado até ao final do jogo..
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