Género: Acção/RPG
Produtora: Nintendo
Editora: Nintendo
Quando tomei a decisão de começar a jogar a franchise Zelda,
decidi fazê-lo cronologicamente de forma a perceber a sua evolução nas
consolas,para entender um pouco melhor todo este fenómeno à volta da série. The
Legend Of Zelda deu-me logo a primeira resposta a esta questão com um excelente
jogo, mas o pior viria a seguir com a tão odiada sequela Zelda II: Adventures
Of Link. Ou pelo menos achava eu que era o pior…
O que acontece é que na pequena investigação que fiz antes
de o jogar, as opiniões negativas dominavam os fóruns e análises levando-me
quase a nem sequer pegar neste jogo.. Mas num momento de coragem entrei em modo Jerónimo e atirei-me cegamente ao jogo. Passaram 10 minutos e o jogo, apesar de
diferente do primeiro Zelda não estava a ser mau de todo. 20 minutos depois
mantive a minha opinião. 30 minutos até estava a achar mais piada àquilo. 40
minutos depois passo a primeira dungeon e fico ainda mais entusiasmado. Bem, não sei
quanto tempo demorou mais até as minhas dúvidas se dissiparem, mas em pouco
tempo fiquei completamente agarrado a mais um título da franchise Zelda. Mas
ainda assim percebo o fundamento das criticas feitas. Vamos lá ver…
A primeira grande mudança sem dúvida remete ao aspecto do
jogo, que passa um 2D de perspectiva superior para lateral, side-scrolling. O
aspecto do mundo também está diferente. Enquanto em Zelda quase que caminhávamos
pelos percursos de Hyrule, zona por zona, debatendo-nos com os inimigos pelo
caminho. Em Zelda II andamos por um Open World diferente, mais amplo, e sempre que existe um embate entramos
num cenário de combate e teremos de lutar ou esquivarmos-nos dos inimigos que
vamos encontrando até sairmos desse cenário. Link também já não parece um
elfozinho pequeno e engraçado e está mais maduro do que na sua prequela. E tudo isto sugere
que tentaram dar um novo rumo ao género de jogo. The Adventure of Link está muito
mais virado para a acção do que o seu antecessor e perdeu um pouco da magia da
exploração que cativou muitos jogadores. Penso que esta mudança foi a principal
razão de descontentamento por parte dos fãs do jogo na altura, e por isso não
teve um sucesso tão estrondoso.
Ainda assim na minha
opinião acho-o um jogo perfeitamente válido, e com bastante qualidade. Apenas
não o comparo com o primeiro jogo por considerá-los jogos distintos.
Principalmente na mecânica de jogo. Em Zelda II, a jogabilidade comporta-se
mais como um hack’n’slash com alguns elementos RPG’s, como por exemplo a
evolução da personagem por pontos de experiência que vamos usando no upgrade de três elementos
(força, vida e magia). Zelda II é, apesar de ser um mundo aberto, mais linear
que o primeiro. Há medida que vamos avançando no jogo, vamos conseguindo alguns
poderes especiais e novas habilidades que nos permitem acesso a novas áreas e
também nos facilitam no desenrolar do jogo. Por falar em facilidades, este jogo
é bastante difícil. Por um lado o facto de ser mais linear torna-o mais acessível em termos de desenvolvimento de jogo, ou seja, não nos perdemos
tanto. Mas em contra-partida alguns inimigos que vamos encontrando no caminho
são mais complicados de eliminar do que alguns bosses no jogo. Há sempre forma de
os evitarmos mas muitas vezes isso também nos leva à morte. Felizmente podemos
fazer continue sem perder todo o progresso de jogo, algo já pensado na
prequela.
A história é basicamente a mesma: A princesa Zelda (aparentemente não é a mesma do primeiro mas pertence à mesma família real) foi colocada a dormir para toda a eternidade por um misterioso mago liderado pelo alter-ego de link: Link’s Shadow. Link tem de então encontrá-los e restabelecer a ordem em Hyrule. Nesta demanda somos acompanhados de uma banda sonora muito boa, mas aqui sim estou de acordo, não é tão boa como a do primeiro Zelda, com um feeling de aventura e de exploração épica. As musicas aqui estão mais viradas para a acção, mais frenéticas e menos marcantes, não ficam na memória como ficam as do primeiro Zelda mas ainda assim são boas e bem concebidas, se é que podemos ser muito exigentes quanto à sonoridade em jogos de 8 bits.
Encontrei enquanto jogava algumas situações bastante caricatas ao longo do jogo como por exemplo na vila de Ruto, existe uma personagem que diz “I am Error”, o que me deixou na dúvida se existiria algum tipo de problema com o jogo ("olha queres ver que já m**da"). E outra situação muito mais engraçada encontra-se em todas vila em que entramos. Em todas elas existe um casa onde é possível restaurarmos a nossa vida. Para isso basta falarmos com uma senhora bem composta que está sempre à porta. Ela diz-nos o seguinte: Please let me “help you”. Come inside. E depois os dois entram para dentro de casa fecham a porta e apenas vemos a vida de Link a regenerar-se… Hmmmm, será a mente assim tão perversa ou isto é de facto sugestivo?? Não é o subtítulo A “Aventura” de Link… Ahhh Link, seu garanhão!!
Resumidamente Zelda II: The Adventure Of Link é um bom jogo que passou ao lado dos fãs da série Zelda. Considero-o até uma underated gem que podia ter tido dias mais felizes. A única crítica que faço é relativamente à sua dificuldade desproporcional relativamente a inimigos casuais e bosses, sendo alguns dos casuais demasiado difíceis de derrotar comparativamente aos bosses. Achei as dungeons muito boas e não achei o jogo nada repetitivo do inicio ao fim. É sem dúvida um jogo bastante diferente de The Legend Of Zelda e por isso mesmo injusto de ser comparado. Mas concordo sem dúvida que não tem a mesma mística do primeiro jogo.
Gráficos: 8.5 (8bits muito bons, detalhados e maduros)
Jogabilidade: 8.0 (Uma mistura interessante entre RPG e Hack’n’Slash)
Som: 7.0 (Competente mas não tão carismático)
Nota Final: 8.0 (Ok, não é o mesmo Zelda efectivamente, mas
é sem sombra de dúvidas um bom jogo que merece a devida atenção! Recomendo.)
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