Deixa-me lá ver se encontro...

13.6.11

Discworld

Data De Lançamento: 15/10/1995
Género: Aventura
Produtora: Perfect 10 Productions
Editora: Psygonis









Desta vez, vamos viajar até Outubro de 1995, (data em que a Sony Playstation se estreia na Europa) para jogar um dos primeiros jogos a aparecer na Playstation. Foi nada mais, nada menos do que o 12º jogo a editado na PSX.

Discworld, concebido pela bastante conhecida Psygnosis, é o 1º jogo de aventura que me passa pelas mãos desde que comecei esta maratona de análises. E até agora, foi o jogo mais difícil que tive até hoje. Incrivelmente difícil. Estupidamente difícil… Estupidamente mesmo! Fui obrigado a usar um guia durante o jogo todo, porque era completamente impossível desvendar as pistas que me eram deixadas para prosseguir no jogo.

Mas antes gostava de falar um pouco sobre o que é Discworld. Como já disse, é um jogo de aventura. Uma aventura interactiva, que consiste em mover um ponteiro pelos cenários e seleccionar um determinado número de acções interactivas onde nos é possível bláh bláh bláh... Confuso? Confuso será quando começarem jogar…

Graficos: OK, estamos perante a nova geração de consolas mas… o salto aqui não foi grande. Estes gráficos seriam bons numa Super Nintendo ou numa Megadrive. Na playstation são medíocres. Mas ainda bem que o são neste caso. Penso que seria impossível desenhar Discworld de outra forma. Os desenhos têm um aspecto muito particular ao estilo BD… Lembram-se do livro “Onde está o Wally?”, vai um pouco ao encontro desse estilo.

Se já caracterizei Discworld como um jogo “estupidamente difícil”, também o posso caracterizar como um jogo “estupidamente cómico”. E cómico em vários sentidos! Por isso contem com um aspecto bizarro, mas engraçado das personagens. De resto Discworld sofre um pouco daquilo que todos os jogos sofrem no início de uma geração, que é a falta de qualidade em relação ao potencial da consola.

Jogabilidade: Já tinha mencionado a acção interactiva?? E não perceberam?? Azar…Pronto calma, eu explico-vos, senão ainda morrem com um ataque de ansiedade…(ou não). A única coisa que vão poder controlar durante o jogo todo, é um ponteiro que serve para seleccionar ou activar acções. Nos States (ppfff olhem a classe com que me refiro aos EUA) chamam-lhe “point’n’click”, em que Luís de Camões lhe chamaria de “aponta & clica” (em Inglês tem mais estilo né?). Portanto poderão iniciar diálogos com as personagens que encontrarem (fazendo questões, mandando piadas secas, gozando com a comunidade alheia) e pegar em objectos. Ao longo do jogo vão ser perseguidos por um baú ambulante, que se comporta como um cão, onde poderão alojar todas as vossas bijuterias, e itens desnecessários que encontrarem. Portanto a palavra de ordem aqui é interacção.

Som: Excelente ou então péssimo… Excelente, se gostarem de ouvir piadas e conversas sem sentido, que vos poderão levar a uma pista (sem fazerem a mínima ideia). Péssimo, se não conseguirem suportar o sotaque britânico (What in the bloody hell...?). Mas de facto Discworld faz-se de centenas de diálogos, e nesse aspecto a Psygnosis fez algo interessante. Cada personagem tem uma voz bastante própria e diferente das restantes, e todas têm os seus traços humorísticos ao estilo Monty Pyton. Apesar de ser um jogo extremamente aborrecido (pela sua dificuldade) acaba por compensar a balança neste aspecto, e tira uma nota positiva neste ponto.


Longevidade: Tanto pode demorar 20 minutos como 20 horas. Tal como disse ao início, tive de aceder a um guia para ultrapassar este jogo. Na 1ª hora que joguei apenas consegui explorar um pouco o universo de Discworld. Não consegui resolver nenhum problema, por ter puzzles extremamente ilógicos. Se não tivesse acesso a um guia pegava no jogo e guardava num recanto escondido para nunca mais me lembrar dele. O que mete pena porque Discworld tem a sua piada, é um jogo muito particular e que pode conquistar muita gente por esse mundo fora. Mesmo com o guia é um pouco complicado porque há passos que não podemos falhar, para activarmos certas cenas ou desbloquearmos alguns cenários.

Em Discworld não existem níveis. A história é dividida por 4 actos (como se fosse um teatro) onde a personagem principal (um feiticeiro aprendiz, com o nome de Ricewind) tem de encontrar e destruir um dragão, que supostamente não existe. Para isso vai ser necessário explorar e percorrer todo o mundo Discworld para completar essa tarefa.

Em resumo tecnicamente não há muito para falar sobre Discworld. É um jogo não pega pelos seus atributos técnicos mas sim pelo seu carisma, inteligência e capacidade de raciocínio. Pessoalmente não acredito que alguém tenha conseguido a proeza de ultrapassar este jogo por si só. Não por falta de pessoas inteligentes no mundo, mas sim pelas pistas que nos aparecerem, e pela peculiaridade dos problemas que temos que seleccionar. Muitas vezes seria preciso (literalmente!) adivinhar uma resolução. Além disso existem vários pontos nos mapas que temos, que só descobriríamos por mero acaso, pois não estão assinalados.
Esta dificuldade talvez faça parte do sentido de humor dos produtores mas, verdade seja dita, vai estragar muito o jogo, com pena minha.

Gráficos: 6.0 (Coloridos e competentes)

Jogabilidade: 7.0 (Interacção que nunca mais acaba)

Som: 8.0 (Centenas de diálogos ao bom estilo do humor sarcástico dos britânicos)

Longevidade: 1.0 (Sem sentido nenhum, só com um guia e mesmo assim, poderá ser frustrante)


Nota final: 5.0 (Um jogo, por mais difícil que seja, tem de ter um seguimento lógico e uma linguagem acessível a todos. Discworld falha aí e só não leva menos por valer um pouco a pena se for jogado com um guia)

2 comments:

  1. Já estive com curiosidade em experimentar este jogo. Supostamente existem 2 ou 3 na série, certo?

    Eu ultimamente fartei-me dos puzzles de "adivinhação" de jogos mais cartoon como Monkey Island ou Day of the Tentacle (se bem que estes mesmo assim não são tão difíceis como o Discworld) e mudei-me para o Broken Sword, Runaway 3 e Resonance, onde o foco é mais na investigação do que em adivinhar coisas. Acho que estes 3 últimos jogos recompensam mais o jogador quando descobri-mos a solução para um puzzle e eu aprecio isso num point'n'click.

    Já agora, eu também tenho um blog se tiveres interessado em ler. É só seguir o link do me nick. Aviso-te já que a maior parte das reviews que escrevo é a jogos da Dreamcast :P

    Espero que o Discworld 2 seja melhorzito então.

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  2. senti exactamente isso no jogo... nunca me fez sentido ter de adivinhar o que fazer neste jogo. Este jogo tem uma lógica (muito pelicular mas tem) dificil de entender, e não é para todas as cabecinhas. mas não acho que isso seja muito justo num jogo destes. De Broken Sword só joguei as demos pa PsOne e o the Sleeping Dragon pa PS2. e Posso dizer que achei bastante melhor.

    o Discworld 2 também ja foi analisado por mim ;)

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