Deixa-me lá ver se encontro...

20.6.11

Final Fantasy VII


Data de Lançamento: 17-11-1997 (Lançamento Europeu)
Género: J-RPG
Produtora: Squaresoft
Editora: Squaresoft
Versões: PS1, PSN, PC











Crítica Curta: Se gostam de RPGs e ainda não o jogaram... estão à espera do quê?

Critica Comprida:
Ena, primeira review e é logo um dos meus preferidos! E agora vocês devem estar a pensar “Mas ó Andros, o que é que tu podes dizer sobre o Final Fantasy VII que não tenha já sido dito milhentas de vezes?” Para dizer a verdade… não muito, mas acho que sempre é uma boa oportunidade de relembrarmo-nos deste clássico que foi em grande parte o responsável pelo destaque dos RPGs no mundo ocidental, assim como um marco em qualidade cinematográfica para os jogos em geral.

Após o sucesso de Final Fantasy VI na SNES (sucesso apenas vivido no Japão e nos EUA infelizmente) a equipa da Square começa a trabalhar na próxima fantasia com o intento de a tornar a primeira a utilizar gráficos e cutscenes em 3D, conteúdo que era impossível caber num cartucho de Nintendo 64. Isto obrigou os criadores a virarem-se para a Playstation, que utilizava cds, meio mais barato e com possibilidade de conter muito mais que um simples cartucho.

Com uma equipa com mais de 100 profissionais e um orçamento de 45 milhões de dólares, mais a Sony a lançar campanhas publicitárias que custaram à volta de 100 milhões de dólares, podemos ver como este jogo queria que lhe prestassem atenção. Com um conceito diferente dos anteriores jogos da série e toda uma nova dimensão em termos de gráficos e qualidade sonora, Final Fantasy VII tornara-se um dos jogos mais esperados da sua geração.


Mas afinal isto é sobre o quê? (História/Conceito) 
Epá, o que é aquilo?
Final Fantasy VII conta a história de Cloud Strife, um ex-SOLDIER (membro de forças especiais) que se junta a um bando de terroristas (leia-se resistência) que dá pelo nome de AVALANCHE. Este grupo tem como objectivo destruir os vários reactores energéticos da poderosa companhia ShinRa, Reactores que sugam a energia vital do planeta para alimentar Midgar, a cidade que controlam (basicamente a AVALANCHE é a Green Peace só que liderada pelo Mr.T). Midgar é uma metrópole de contrastes, os ricos vivem na parte de cima do “Prato” enquanto os pobres apodrecem nos bairros de lata da parte inferior. E é a partir deste enredo que o jogador vai ter que controlar Cloud, numa aventura que o vai levar em busca de respostas sobre o destino do planeta e sobre si próprio, enquanto vários outros aliados o seguem na sua demanda com as suas próprias motivações e interesses em se juntarem ao grupo.

A história deste jogo está muito bem estruturada (ainda que algo confusa para quem não esteja com total atenção). As personagens são afáveis em geral e não dá a sensação que nenhuma esteja ali só pa encher chouriços… bem, talvez o Cait Sith mas até esse tem os seus momentos... Ah e não deixem que as sequelas mais recentes vos ponham a pensar que o Cloud é um herói deprimido (leia-se EMO) porque no jogo ele passa por várias metamorfoses de comportamento bastante compreensíveis. Garanto-vos, eu sou a primeira pessoa a criticar se o herói não for minimamente aceitável. Mesmo que uma das primeiras reviravoltas já tenha sido “spoilada” por tudo quanto é site e revista, a história ainda tem muito para vos surpreender e, muitas vezes, pequenos detalhes que vos possam ter escapado da primeira vez que acabam o jogo, voltam mais aparentes quando se o joga uma segunda vez. O enredo é um dos pontos fortes desta obra e está lá para ser aproveitado.


Mas então como se joga? (Gameplay e Longevidade)
Este jogo, mesmo sendo um inovador, não destoa assim tanto da norma dos RPGs japoneses. O jogador controla o herói Cloud enquanto explora os vários lugares da história. Numa cidade provavelmente haverá lojas para comprar armas e mantimentos e pessoas para avançarem o enredo. Fora destas estão os obstáculos naturais de todos os heróis de RPGs – montanhas, florestas e masmorras cheias de monstros para lhes darem experiência em batalha assim como os obrigatórios bosses que impedem o progresso da história.


Muitos monstros com que lutar
As batalhas em Final Fantasy VII são aleatórias (estás a andar pela mata e de repente BAM tens 3 monstros a atacar-te pelas costas!). Nestas batalhas, o jogador pode controlar até um máximo de 3 personagens de um todo de 9, que têm que ser pré estabelecidas antes de cada batalha. Para decidir de quem é a vez de do jogador controlar, cada personagem possui uma barra de ATB (ACTIVE TIME BAR), esta barra vai-se enchendo com o passar do tempo e, quando preenchida, é altura de decidir a acção desse personagem. Cada um tem também uma barra de Limit Break, barra que se enche à medida que o personagem vai sofrendo dano; quando cheia, permite ao utilizador substituir a acção de ataque por um golpe especial mais forte, golpes que vão aumentando em número e poder quanto mais o jogador usar esse personagem (havendo até Limit Breaks secretos).



Muita Materia para estudar
Para sobreviver às lutas, os heróis devem estar com o melhor equipamento possível e a melhor combinação de Materias. Materias são a alternativa deste jogo à clássica atribuição de habilidades e magias. Basicamente, cada arma e armadura têm um certo nº de slots, quanto mais slots mais matérias se pode equipar. Materias variam desde magia de fogo e gelo, passando pelos conhecidos “Summons” até às habilidades como “Steal” e “Cover”. O equipamento de Materia também afecta o status de quem a equipa, portanto se equiparem um personagem só com magias provavelmente esse personagem ficará com muita inteligência e pouca vitalidade, sendo mais vulnerável a ataques físicos. Outra particularidade da Materia é que ela evoului por si só, por exemplo, quando utilizada o suficiente a magia Fire1 evoluí para Fire2, podendo ser desequipada do personagem que a aprendeu para passar para outro mantendo a mesma habilidade de Fire2. É através da administração de Materia que o jogador pode construir a estratégia que prefere para ganhar em combate. Sendo isto um RPG, a dificuldade varia dependendo da diligência do jogador em termos de treino e colecção de objectos, tratando-se de um jogo de dificuldade moderada para aqueles que não liguem muito ao poder da sua equipa, passando para uma dificuldade relativamente fácil para aqueles que treinem mais e apanhem mais objectos.


Bem Vindos ao vosso novo Pesadelo!
Para além da história principal que só por si demora à volta de 50 horas para terminar, também existem bastantes sidequests para fazer. Sidequests que incluem: Criação de Chocobos; Mini-Jogos e torneios de combate no Gold Saucer; bosses secretos para serem derrubados bastante mais fortes que o último; procura e colecção de Materia, Limit Breaks e Armas; proteger o Forte Condor utilizando vários tipos de soldados e estratégia de posicionamento para derrotar as tropas inimigas; múltiplas opções de resposta por parte de Cloud que mudam ligeiramente o texto (mas que não têm importância para o enredo em geral); 2 dos 9 personagens são opcionais e, por isso, toda a história que estiver à volta deles também o é. Existem bastantes alternativas para entreter o jogador que queira ter uma super equipa e/ou algo mais de interessante para fazer depois de terminar o jogo.


E ainda tem bom aspecto? (Gráficos e Som)
Infelizmente esta seja talvez a característica mais fraca desta obra. Quando saiu em 1997, o CG, os gráficos poligonais em 3D, os fundos pré-renderizados, tudo isso era novidade e não havia muita comparação, o jogo foi bajulado por ter os melhores gráficos de sempre e banda sonora… mas comparados com os dias de hoje e com os Final Fantasy’s que lhe sucederam… não envelheceu muito bem… em termos de gráficos!
Começando pela parte boa, as personagens em batalha tem um look muito “anime” e estão bem proporcionadas e as batalhas decorrem a um ritmo bastante rápido para um RPG raramente havendo personagens paradas (com a excepção talvez do principio do jogo). As cutscenes estão muito bem inseridas e detalhadas, muitas vezes deixando até o jogador controlar o Cloud enquanto o cenário muda ou algo visualmente extraordinário acontece. Loadings são quase inexistentes e navegar os menus é simples e intuitivo. Em termos sonoros, as músicas são variadas, bem compostas e bem escolhidas (quem jogou sabe de certeza de cor a música dos Turks ou a “Theme of Aeris” já para não falar das músicas de batalha e bosses).


I pity the fool who looks
at my shoes!
Mesmo assim… sejamos sinceros… porque é que fora de batalha os personagens masculinos têm os braços do Popeye? Não só isso mas a utilização de cores nos modelos das personagens é muito simplista  e no geral são pouco detalhados (se olharem para o modelo do Barret ele parece que está descalço, isto porque as botas são da exacta mesma cor que a pele dele). Outro ponto negativo são os efeitos sonoros. Mesmo para 1997, os efeitos sonoros usados eram os mesmos da SNES. O som de uma espada a cortar soa tão bem como pratos a cair no chão e por falar em cair no chão, quando alguém cai faz um som que parece que acabou de romper uma caixa de cartão. O que quero dizer é que comparado com a qualidade da banda sonora e dos gráficos CG, estes efeitos sonoros quase arcaicos destoam muito e são utilizados tanto em batalhas como fora delas.
Mas se conseguirem ultrapassar facilmente os pontos negativos que acabei de ilustrar, e se gostam de RPGs, este é um jogo que vocês já deviam ter jogado há anos caso não o tenham feito… e caso o tenham feito talvez o queiram jogar outra vez, nem que seja um bocadinho só para se lembrarem de como este jogo influenciou a norma dos RPGs japoneses e fez com que a série Final Fantasy ficasse finalmente conhecida na Europa. Agora é só desejar com muita (muita!) força, que façam finalmente um Remake que já tarda.

Mas espera aí, que versão me recomendas? (Versões)
A versão que estive a avaliar é a da Playstation e é essa a que recomendo. De momento, Final Fantasy VII pode-se jogar na consola Playstation ou ser descarregado da PSN a partir de uma PSP ou PS3. Penso que não existam quaisquer diferenças entre estas versões (embora se tenham dito histórias de pequenas mudanças de locais de itens e diálogo mas não confirmo nem desminto isto). Existe também uma versão para PC que vos pode agradar ou não. Por um lado as músicas são de qualidade mais fraca por estarem no formato Midi sem serem tratadas pelo chip de som da Playstation (um filtro que melhorava a qualidade de som). Os cenários também têm pior aspecto por terem de passar pela definição aumentada de um monitor de computador sem serem tratados (upscale, coisa que a versão da PS3 faz aos jogos de PS1). Por outro lado, a versão do PC está aberta a modding, sendo assim possível fazer bastantes coisas que as outras versões não permitem, como mudar os modelos das personagens ou até alterar a música entre outros aspectos. Ambas as versões são bem jogáveis mas se o que vos interessa é o trabalho original, fiquem-se pela versão da PS1.
História/Conceito - 9.5
Gameplay - 9.0
Longevidade - 8.5
Gráficos - 7.5
Som - 8.0

Nota que daria na Altura de Saída: 9.5
(Espectacular! História, Cenários, Gameplay, Banda Sonora e ainda por cima vem em 3 CDs? Altamente!)
Nota Final: 8.5
(Modelos 3D das personagens datados e efeitos sonoros arcaicos custam-lhe 1 ponto... mesmo assim continua a ser um dos melhores RPGs de sempre! Altamente Recomendado!)






5 comments:

  1. Parabéns!!
    Boa review, nada melhor que começar em grande com final fantasy VII
    Continuem o bom trabalho

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  2. 8.5?!?!?!

    Este jogo merece um 9.8 no minimo :D

    Ainda hoje me cativa...

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  3. um 9.5 é uma nota excelente! Apesar de não ter sido eu a analisar acho que também daria essa nota ao FF VII. se este jogo tivesse os gráficos do 8 ou do 9 acho que era impossível não lhe dar o 9.8 ou até mesmo o 10.

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  4. depois de chrono trigger é um dos melhores rpgs que ja joguei....

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    1. E está na lista para ser analisado... vai estando atento ;)

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