Deixa-me lá ver se encontro...

16.3.13

Fear Effect


Data de Lançamento: 17/03/2000
Género: Acção/Aventura
Produtora: Kronos Digital Entertainment
Editora: Eidos








Ahah! Mais um daqueles jogos que fizeram água na boca dos jovens adolescentes naquela altura. Porquê?? Se vissem a personagem principal de trajes menores…uuui! Já ganhou pontos este jogo! Ai Hana, Hana onde andas tu?

Fear Effect foi lançado em meados de 2000, numa altura em que era praticamente certo o lançamento da PS2 num futuro próximo. É nestas altura em que por norma surgem os melhores lançamentos das consolas e tal facto verificou-se na velhinha PSX, que na minha opinião deu as melhores cartadas nesta época (Resident Evil 3, Grand Turismo 2, Pro Evolution Soccer, Syphon Filter 2, é preciso dizer mais? É que se arranja mais um par de títulos…). Também penso que seja justo dizer que Fear Effect fez parte desse leque de bons jogos, e que lançou uma expectativa enorme dentro dos jogadores por causa (…da Hana??) do visual espectacular (..da Hana em roupa interior??) que possuía (ah… pensava que era a Hana). Mas um jogo não é feito apenas de aparências, mas falando em aparências…

Gráficos:  Confesso que fiquei maravilhado com a beleza gráfica de Fear Effect. De início não simpatizei muito com estilo mangá incutido no desenho das personagens mas isso depressa passou, e até tornei-me fã dessa mistura com os cenários pré-renderizados. O facto das cutscenes terem a mesma qualidade que o jogo propriamente dito faz-nos entrar mais ainda em toda a mística hollywoodesca, fazendo-nos encarnar nas personagens em que jogamos. A determinado ponto sabemos exactamente onde e o que teremos de fazer para prosseguir. O que mais me espantou foi pelo facto de estes gráficos terem sido concebidos pela Kronos, empresa que até àquela data não se tinha destacado por nenhum jogo em particular. Mas que fizeram um excelente trabalho lá isso fizeram. Mas também note-se que são 4 CD’s de jogo (What the…), e a única crítica que faço é em relação aos slow downs constantes ao longo do jogo. Não que tenha estragado a experiência de jogo mas claro que seria mais bonito se não existissem.

Jogabilidade: Houve alguém extremamente inteligente que ainda há pouco tempo escreveu “..um jogo não é feito de aparências..” (olha fui que escrevi isso!..Uau sou mesmo inteligente..) e é neste ponto que Fear Effect não é perfeito. Ok, dizer “não é perfeito” talvez até seja simpático de mais, “deixa a desejar” será mais adequado. Para começar - Os controlos. Fear Effect é um jogo na terceira pessoa um pouco ao estilo de Resident Evil: devemos racionar munições, puzzles complexos, andar para trás e para a frente, apanha um item aqui e usa ali, etc… Mas tem uma coisa que Resident Evil não tem: Picos de acção intensa. Há altura onde surgem inimigos de todas as direcção, ou então inimigos que se deslocam a uma grande velocidade, e para essas ocasiões de pouco servem os botões direccionais que atrapalham mais do que fazem efeitos. As personagens são muito lentas a virar (a rotação 180º de pouco serve na maioria das situações) e a mira automática cobre um ângulo muito pequeno. Isto vai dar origem a muitas mortes frustrantes ( coragem amigos, mas continuem que vale a pena ver a Hana com vestido de cabaré…) e nestas situações resta sempre aquele sentimento de “a culpa não é minha”… e o pior no meio disso é que essa é a verdade. 


Mas não é apenas uma questão de controlos. A Kronos não pensou mesmo no carácter prático que estes jogos exigem para atingir o patamar da excelência.  O menu está muito pobre, basicamente carregamos “quadrado” ou “círculo” até chegarmos ao item desejado, tudo em tempo real. Agora imaginem esta situação: Entram num cenário onde sem esperarem estão 5 tipos para matar em vez de um ou dois. “Porra a pistola não chega, preciso da metralhadora  – pensam vocês. Enquanto mudam para a metralhadora e a seleccionam já foram baleados, violados, e a criança estará quase a nascer. Violento não é? Sempre podem mudar de cenário outra vez e alterarem a armar ou andar eternamente às cambalhotas a desviarem-se das balas enquanto mudam de arma, mas isso mata um  bocado a experiência do jogo.

Nem tudo pode ser mau é claro, senão também não teria considerado este jogo um dos últimos grandes lançamentos para a playstation. A possibilidade de podermos matar com com um só golpe é possível  envergando por um modo mais stealth. Ao vermos um inimigo de costas podemos sorrateiramente aproximarmos-nos por trás carregando no botão R2, e quando a mira estiver vermelha carregamos em disparar para uma morte despercebida. Despercebida claro, se não usarmos uma arma de fogo senão obviamente dão por nós. Outro ponto interessante que tive o prazer de reparar foi na forma de resolução dos puzzles. Os puzzles são difíceis e ao mesmo tempo gratificantes, isto porque se tivermos atenção as pistas são-nos fornecidas no cenário. Basta jogarmos com atenção (alguma piada sobre a Hana???...hhhfffmm 'tava a ver…).

Som: As vozes, os efeitos sonoros, a atmosfera, está tudo espectacular. Um verdadeiro filme jogável. A ajudar o visual fantástico a Kronos fez um trabalho impecável na sonoridade de Fear Effect. Todo este ambiente de filme tornou Fear Effect um jogo muito à frente no seu tempo. Metal Gear Solid também o fez no passado mas a sua força teve no argumento. Fear Effect é um caso diferente, ganha pelo brilho do som e imagem. Toda a sua apresentação são dignas de um Óscar  tanto nas expressões das personagens como no voice acting. Como é que foi possível estes tipos andarem a fazer jogos como Criticom ou Cardinal Syn?? Achei espectacular a forma como criaram atmosfera do jogo seleccionando com precisão cirúrgica os efeitos sonoros e ambientes de fundo como o barulho da cidade no primeiro CD, ou os sons das ruas movimentadas de Hong Kong no terceiro CD. Só jogando é que se percebe o efeito que isto causa no jogo. E a Eidos percebeu muito bem do que está equipa era capaz quando financiou este projecto.

Longevidade: Pessoal são 4 CD’s.. 4!! Por isso esperem a vontade uma 3 horitas de jogo.. (3?? Não te enganaste a escrever Mike? Não era 30 que querias dizer por acaso?). Pois é, muita parra para pouca uva. E se forem bons a jogar isto, retirando mortes parvas e cutscenes podemos reduzir Fear Effect para uma hora de jogo. Isto não é obrigatoriamente mau, mas é chato mudarmos tantas vezes de CD em tão pouco tempo. Mas é da forma que também nos incentiva a jogar o jogo para conseguir o derradeiro final em Hard Mode. A razão pela qual é tanto CD para um jogo tão curto é devido à qualidade gráfica e sonora do jogo (ahh afinal tudo tem uma contra partida), e à quantidade de cutscene que o jogo tem. Mas se formos a ver são essas mesma que dão ao jogo um toque mais artístico, e valem bem a pena.
Fear Effect é um jogo simples de jogar e de uma linguagem acessível a todos (..os que perceberem inglês MUUAAHHAHAHAHAHHHAA!! Pronto é só para não fazer mais piadas com a Hana…) além de que é marcado pelos vários pequenos momentos que tem. As vezes a trama deixa-nos numa posição em que a seguir à cutscene somos obrigados a agir rapidamente sem estarmos à espera senão morremos. Como em particular, em que uma das personagens (Deke) após uma cutscene em que o comboio está a cair de uma ponte, tem que correr pela carruagem para saltar. Somos nós quem controlamos a personagem, e temos de correr. Entre outro momentos defrontamos um Boss dentro de um comboio, e se nos descuidarmos podemos acertar num barril de combustível (que cliché!) que nos levará aos dois para o inferno. Por isso teremos de ter bastante cuidado ao longo do jogo. Pessoalmente acho que esses momentos em particular dão uma dinâmica bastante agradável e criam uma aproximação incomum entre o jogador e o jogo.

Bem, apresentado os meus argumentos, digo que este é um daqueles jogos que considero um “must” e uma surpresa bem vinda. Ainda para mais nesta fase da consola onde não se espera nada de novo que venha marcar de alguma forma a consola visto a mesma ter o fim à vista com o surgimento da nova “irmã” de 128 bits. Não se estranhem com os contornos da historia, com muita mitologia oriental à mistura (dado curioso visto a Kronos ser americana), e apreciem (o belo par de …olhos da Hana..) este magnifico ( traseiro da Hana…) jogo da PSX!




Gráficos: 9.5 (Espectaculares, inteligentes, e arrojados)

Jogabilidade: 6.5 (Os controlos e o menu deficiente estragam a agrável experiência do jogo.. é uma pena)

Som: 9.5 (Desculpa Snake mas acho que foste igualado..)

Longevidade: 7.0 (Apesar de bastante rejogável, ainda assim é insuficientemente curto..)


Nota Final: 8.0 ( Fear Effect é um excelente jogo apesar dos defeitos e não atingir o patamar da excelência por defeitos básicos que poderiam ser facilmente corrigidos. Uma pena, mas ainda assim é bastante digno desta nota.)



1 comment:

  1. Por acaso esses 2 Fear Effects são jogos que já ando atrás deles há algum tempo. :)

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