Deixa-me lá ver se encontro...

18.8.13

Jade Cocoon: Story Of The Tamamayu

Data de Lançamento: 30/11/1998
Género: RPG
Produtora: Genki, Co
Editora: Crave









Era uma vez um RPG que agitou o mundo dos videojogos.. Esse RPG chamava-se Pokemon! E desse momento para a frente existiram algumas tentativas em copiá-lo, e várias empresas tentaram de alguma forma tirar algum proveito do conceito que o Pokemon lançou. A Crave foi uma delas e vendeu um clone à Playstation que precisava desesperadamente de uma forma de conseguir convencer os seus utilizadores a não terem razão para querer comprar um Gameboy.
Lembro me perfeitamente quando este jogo saiu, que uma das premissas que mais me captou a atenção foi a de existirem 171 monstros para capturar (+20 do que aquilo que Pokemon oferecia)! E depois de ter jogado a demo da Revista Playstation fiquei maluco com o jogo visto até ter uma apresentação bonita. Passados quase 15 anos volto então a pegar no jogo mas desta vez numa versão completa e só vos digo isto: Se deixarem de lado, por breves momentos, que existe este tal jogo chamado Pokemon.. Jade Cocoon até que é um jogo simpático. Pois é, Ash passa a ser Levant, os Pokemons passam a ser Minions, Pokebolas são Cocoons, e o Pikachu é... ehhrrmm… olha é… é o Chupaki ( Hãh?? Chupa..quê?? BBAAHH, MIKE SEU BADALHOCO!!)!

Gráficos: Sem dúvida bonitos e bem executados, mas têm um grande problema.. são limitados e repetitivos. As personagens e as animações estão bem desenhadas ao estilo anime, sem grande profundidade mas com uma clareza e definição bonita, tudo em três dimensões, e os cenários pré-renderizados assentam que nem uma luva mas, (tem de haver sempre um “mas”) os cenários são todos à base do mesmo, e com pouco espaço de movimentação, andando constantemente a saltar de cenários. Em contrapartida conseguiram fazer com que o tempo de loading fosse bastante reduzido. Ao fim de algum tempo cansa um pouco ver sempre as mesmas coisas e quando entramos numa nova floresta.. surpresa! As diferenças são mínimas e não se fazem notar. Mas a parte pior vem agora: Lembram-se dos 171 monstros?? De facto eles existem, mas não passam variações de um punhado de figuras. Yap, imaginem uma aranha (eerrmmm… tem mesmo de ser uma aranha? Não pode ser sei lá.. um hamster?), agora imaginem a mesma aranha,vezes seis, cada uma com uma cor diferente.. e um nome diferente… (sim Mike, a isso chama-se consumo de Psicotrópicos. Acho que deverias de ir a um médico com urgência) e têm neste esquema 171 monstros para capturar. Pois… é isso…

Jogabilidade: Sendo Jade Cocoon um RPG, contem com a habitual compra e venda de equipamentos e acessórios para desenvolver os atributos da personagem, mais os healings e itens de assistência, etc… Tudo muito banal e sem grandes inovações. A novidade neste jogo são, obviamente os Minions. Sendo um derivado de Pokemon, Jade Cocoon permite-nos capturar e utilizar Minions em combates, e cada um deles tem as suas propriedades elementares que irão ser mais benéficas contra determinados monstros. Existem quatro elementos – Fogo, Vento, Terra, Água. Fogo prevalece sobre o Vento. Vento sobre Terra. Terra sobre Água. E Água prevalece sobre Fogo. Juntando a isto cada Minion tem também atributos que favorecem mais determinadas aptidões como Ataque, Defesa, Magia ou Velocidade. Isto fará a diferença de escolhermos um Cocoon para a party que estamos a construir. Visto que só podemos transportar connosco apenas três Minions de cada vez teremos de ser cautelosos na forma como desenvolvemos cada monstrinho. Falando em desenvolver, é possível combinar Minions criando novos monstrinhos, mas atenção que não é assim tão simples quanto possa parecer visto que são aplicadas algumas regras de ouro que teremos de entender primeiro. O problema aqui é que essas regras não são muito explicitas, e apenas com alguma sorte é que iremos conseguir criar novos Minions a partir dessa técnica. Além de desenvolver as capacidades de combate de cada Minion, é também obrigatório desenvolvermos a capacidade de combate da nossa personagem, nomeadamente em relação ao nível de captura de Levant. Isso irá permitir com que seja possível capturar Minions mais forte com menos dano causado e mais eficazmente.

Som: Imaginem-se no Padrão dos Descobrimentos ou então nas avenidas movimentadas do Algarve durante o verão.. (Então? Ouve-se multidões a falar “N” linguas estrangeiras?? – Não, estás sempre a levar com os cab**es dos peruanos a tocar nas flautas e nos tambores..!) .. e não há-de ser muito diferente daquilo que acontece em Jade Cocoon. Não que seja mau, mas é muita hora sempre a levar com a mesma cadência de musica indígena cansa um bocadinho. Ainda por cima as musicas pouco varia de floresta para floresta (Na Spider Forest a banda sonora dos pigmeus é uma lufada de ar fresco).
Agora uma coisa com que fiquei bastante surpreendido foi com o voice acting. As vozes deste jogo além de estarem excelentemente interpretadas, estão presentes em mais de 80% do jogo, narrando toda a parte de história, com várias personagens (mesmo as  que pouco ou nada interessariam) a participar no voice acting. Visto ser um RPG de um CD apenas com gráficos razoavelmente bons, surpreende-me a Crave ter apostado neste formato. Ainda não era comum nos jogos desta altura (ainda para mais RPG’s) investirem tanto no voice acting, mas efectivamente isto deu um carisma diferente ao jogo e ainda bem que a Crave o fez.

Longevidade: Ah! Esperam um daqueles jogos intermináveis cheios de batalhas aleatórias, e com uma trama que mais parece uma novela da TVI.. (que demora um ano e tal a acaba?) Nop, mas também não queriam mais nada, apenas com um CD.. Efectivamente Jade Cocoon é um RPG curto demais para o que seria normal num RPG desta espécie. De certa parte ainda bem pois aumenta-lhe o valor de rejogabilidade. Se vos der na telha em apanhar todos os Minions (fico a crer que vocês têm uma vida sexual tristonha) isto é um jogo para durar, mas muito honestamente tenho dúvidas porque o próprio jogo não incentiva a isso. O argumento da história é relativamente interessante com temas como as tradições, as obrigações e o sacrifício por um todo. Faz lembrar um pouco aqueles animes antigos do Marco ou da Heidi, melancólicos mas sempre com a mensagem por detrás, por isso não prometo que seja do gosto comum dos jogadores. Pessoalmente, eu gostei!

Sim, no final fiquei com boa impressão de Jade Cocoon mas penso que falhou, se o objectivo foi traçar os passos de Pokemon. Nesse caso, leva 20-0 do Pikachu & companhia (..LDA..?). Mas tal como disse no inicio não devemos ver este jogo como um derivado de Pokemon, mas sim com um lançamento de um RPG para a PSX. Recomendo apenas aos amantes de RPG’s orientais, porque se for um genero que não seja apreciado por quem o jogue, este titulo então não vale mesmo a pena. Fica então o meu veredicto:



Gráficos: 8.0 (Bem desenhado com bons cenários renderizados, mas falta-lhe profundidade constantemente.)

Jogabilidade: 6.0 (Acaba por ser a parte mais enfadonha do jogo. Ainda assim estão lá todos os elementos essenciais de um RPG decente)

Som: 8.0 (não é a musica que desce a nota mas sim o voice acting que a sobe. Fiquei mesmo surpreendido com o trabalho desenvolvido pela Crave.)

Longevidade: 7.0 (É o suficiente mas carece de side-quests e outros extras)



Nota Final: 7.3 (Jade Cocoon mostra-se um jogo razoável, com potencialidades para atingir patamares mais elevados. Acho injusto catalogar este jogo como derivado de Pokemon, pela forma como este jogo se tentou distinguir.. O Minions ao contrario do que possa parecer não são o atractivo principal, mas sim a envolvência do jogo com o jogador. Poderá funcionar ou não, mas isso já depende de cada um.)


1 comment:

  1. Lembro-me da demo disto e de achar, mesmo na altura que o jogo tinha um aspecto mais à "anime antigo" que lhe dava algum charme. É pena é eu não ter uma PS3 senão já estava agarrado ao ni no kuni.

    Gostava que os jrpgs mais recentes deixassem para trás as histórias super sérias e super épicas e voltassem um pouco a este estilo.

    O jogo também me faz lembrar um pouco o Digimon World, que não era muito bom como jogo mas, sei lá, tinha um bom aspecto.

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