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24.6.11

Syphon Filter

Data de Lançamento: 09/07/1999
Género: Acção/Aventura
Produtora: Eidetic, Inc.
Editora: Sony









Andamos pelo início da 2ª metade de 1999, altura em que a PSX faz um enorme sucesso com mais de 50 milhões de consolas vendidas por todo o mundo. Possivelmente iguala a quantidade de estefanilhos (o mosquito mais irritante á face da terra) que surgem todos os anos na cidade de Setúbal. Esta é também a altura em que a Playstation ganhou estatuto sobre as suas concorrentes (a Sega Saturn e N64) e prepara-se para se debater com a 128bits da Sega, a Dreamcast.


Portanto esta foi uma das melhores fases da nossa querida consola e um ano excelente em lançamentos e novos jogos. No meio deles, surge Syphon Filter.

Syphon Filter é um jogo de acção na 3ª pessoa que conta a história de Gabriel Logan (um agente operacional que trabalha numa agência anti-terrorista). Gabriel participa numa missão contra o terrorismo mundial. Estes terroristas têm planos que visam infectar a população global com um vírus mortífero. Serão os russos? Serão os cubanos? Serão os Super-Dragões (AAAAHH!!!)? Cabe a nós descobrir e desmantelar esta organização.


Gráficos: Muito bons, por acaso! Não são nada de excepcionais, mas surpreendem pelo facto de virem de um novo estúdio. Houve uma grande preocupação pela parte da Eidetic Inc por tentar chegar o mais próximo possível do realismo… ou o mais perto do realismo que a playstation podia fazer. Todas as animações e movimentos foram perfeitamente recriados, com uma qualidade acima da média. As sequências FMV é que são algo pobres (mas são em bom número, embora Logan quase pareça uma personagem da Lego). Quer queira-mos ou não, um jogo com cenas FMV de qualidade será sempre recordado mas não é por aí que Syphon Filter morre na praia.

Apesar do bom grafismo e do realismo apresentado, Syphon Filter tem uma falha que poucos podem reparar... É um jogo escuríssimo! É verdade que os efeitos jogados com a luz (das lâmpadas e lanterna e etc…) são abundantes por todo o jogo mas quase todas as missões são feitas em ambientes nocturnos ou fechados. Por um lado isso merece mérito da parte dos criadores pela originalidade, não estragando a beleza do jogo, e não transformar Syphon Filter numa má experiência. Por outro lado, esse factor poderá fazer com que o jogo fique um pouco repetitivo e enervante. As missões durante a luz solar dão muito mais dinâmica à acção.


Jogabilidade: Absolutamente expansiva e genial! Este é sem dúvida o ponto forte de Syphon Filter. Ponto nº 1 - utilizamos todos os botões do nosso comando de forma simples e eficaz. Podemos disparar, (com mira automática, ou apontar manualmente) dar cambalhotas para nos desviarmos dos tiros, agacharmo-nos, correr de lado… e isto sem vos falar da variedade de armas que existem. As armas são outro ponto alto do jogo. Não são assim tantas mas são muito diferentes umas das outras. Existem 3 ou 4 tipos de metralhadoras, Espingardas Sniper de longo alcance (e até com visão nocturna), caçadeiras, granadas… até um Taser! Aliás o Taser é das armas mais inovadoras a aparecer num videojogo… Deve dar um jeitão para churrascos.

Aparte das armas, podemos optar por fazer um estilo de jogo mais furtivo ou então mais discreto (utilizando pistolas silenciadoras, usando a mira manual para executar headshots para não dar muita bandeira aos inimigos que estão por perto). Terão até mesmo que fazer isso em determinada altura devido aos coletes à prova de bala dos adversários. O sistema de mira (tanto o manual como o automático) é de facto a grande cartada deste jogo, segredo que o torna tão viciante. O único inconveniente deste novo sistema é de não poder trocar de alvo na mira automática apontando sempre para o alvo que está mais perto até ele desaparecer.


Syphon Filter utiliza as capacidades do dual shock para proporcionar uma experiencia ainda mais intensa. Cada vez que levar um tiro, ou explodir algo perto de si, o comando vai vibrar consoante a intensidade desse mesmo impacto. Isso é realmente uma experiência extraordinária e Syphon Filter torna-se dos 1º jogos a utilizar o potencial do novo comando da Playstation.





Som: Por vezes fico na dúvida se Syphon Filter é um jogo de se é um filme de acção onde podemos jogar… A banda sonora é a de um filme de espionagem recente mas não é isso que torna este jogo tão cinematográfico. Durante as missões somos várias vezes contactados para receber novas ordens e missões secundárias, isto porque Logan comunica constantemente através do intercomunicador com a central. Os efeitos sonoros também não ficam para trás, o disparar das armas, dos vidros a partirem-se, das explosões, tudo é feito em prol da acção do jogo, de forma a chegar a um patamar que poucos jogos conseguem. Só faltava que a banda sonora fosse mais memorável para pôr a cereja no topo do bolo.


Longevidade: À medida que os anos vão passando, os jogadores vão ficando cada vez mais exigentes. Um bom jogo por si só já não suficiente se não vier acompanhado com extras que prolonguem a sua longevidade. Por exemplo: modo multijogador, níveis de dificuldade, finais secretos… algo que faça o jogador re-jogar o jogo sob uma perspectiva diferente. Syphon Filter nesse aspecto é bastante fraco. Apesar de ser um jogo muito bom, precisa de modos extra que prolonguem a vida do mesmo. Além disso, o nível de dificuldade é baixo podendo ser terminado num dia. Pode contar com umas 5-6 horas no máximo para acabar tudo.


Resumindo, apesar da falta de opções extra, Syphon Filter é um jogo muito bom que marca a diferença na sua passagem pela Playstation. Um jogo cheio de acção em puro estado, inovador de certa forma, onde poderá destruir “N” peças de cada cenário. Não é nenhum Metal Gear mas é uma excelente alternativa por ter uma história convincente, bons gráficos e uma jogabilidade excelente. Vamos lá então ao veredicto:


Gráficos: 8.0 (Bons gráficos com bons pormenores, só que um pouco escuro em geral)

Jogabilidade: 9.0 (uma maravilha dentro do género. Um toque de génio!)

Som: 8.0 (nada de mal a apontar, fizeram um trabalho excelente)

Longevidade: 7.0 (Um jogo brutal que carece de mais opções, ainda assim bastante rejogável)


Nota Final: 8.2 (Syphon Filter marca pela positiva na sua 1ª aparição. É um grande exclusivo da Sony, e promete fazer fãs e deixar o seu legado. Recomendo)




3 comments:

  1. Análise impec ;)
    Dá vontade de ir jogar hehe

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  2. Xiii... Já não via este à uns tempos. Nunca tive o jogo completo mas lembro-me de ADORAR a demo. Parecia que estava a entrar num filme policial, era a coisa mais fixe de sempre, e o tazer então, era hilariante. O facto de poder andar "livremente" pela cidade também era muito fixe.

    Não sei se o resto do jogo também é passado na cidade mas é um bocado irónico que, tendo em conta que os jogos são tão baseados em filmes, que não haja mais passados numa cidade. Em vez disso estamos sempre num deserto ou em bunkers... Eu quero um FPS ao estilo do Arma Mortifera! :P

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  3. Existem vários cenários ao longo do jogo. Eu também joguei a demo milhentas vezes! O que mais me impressionava era a mira automática e manual do jogo. Dava uma sensação de liberdade na altura... Quem não viveu o gaming nessa altura (já estamos velhos octopus!) possivelmente não entende tão bem o que quero dizer. Mas foi sem dúvida uma lufada de ar fresco dentro do género. E se tivesse sido lançado antes de MGS ui ui!! o impacto tinha sido bastante diferente

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