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28.3.13

Evil Dead: Hail To The King


Data de Lançamento: 30/06/2001
Género: Acção/Aventura
Produtora: Heavy Iron Studios
Editora: THQ









Por cada Exorcista deveria existir um Estigma, por cada Scream um Scary Movie, portanto, porque é que não pode existir uma alternativa irónica aos semelhantes de Resident Evil? Afinal, as editoras, os produtores e até os jogadores estão a levar os seus jogos demasiado a sério nos dias que correm, não estão? É aqui que entra Evil Dead: Hail To The King, o primeiro título PSX baseado num catálogo de terror irónico, que era pertença exclusiva do celulóide até esta data. Os três filmes famosos foram realizados por Sam Raimi e combina zombies sangrentos com comédia negra. Agora é a vez da Playstation ser alvo das ironias chocantes de Evil Dead.


O jogador é Ash, o herói do filme, a quem Bruce Campbell, o actor original, empresta a voz. Brandindo uma moto serra no lugar da sua mão direita amputada, uma metralhadora na esquerda e um reportório de falas estúpidas, abre caminho nas fileiras de zombies. Também há puzzles para resolver, uma namorada para salvar e o Necronomicon, ou “O Livro dos Mortos”, uma colecção de rituais antigos para recuperar. De facto, Hail To The King é uma conversão de grande sucesso, captando muita da atmosfera e da sensação do filme. Há bastantes mortos-vivos para atacar. Ash está equipado e, quando pede a esqueletos fragilizados para “dizer olá aos anos 70” até é bastante engraçado. A pontuação máxima para a Heaven Iron Studios, nesse domínio.

Infelizmente, uma conversão cinematográfica fiel é uma coisa, fornecer um grande jogo é outra. Por isso, embora os produtores também mereçam elogios por tentar um cruzamento entre a acção de espancar zombies de Resident Evil com o estilo de aventura de Broken Sword, eles falharam no equilíbrio da jogabilidade, até ao ponto de ficar perto de arruinar toda a experiência. Na primeira hora de jogo, dará por si enfurecido. À medida que luta com o sistema de comando, ao qual falta notoriamente um comando de viragem rápida, fica atolado pela aparente infindável investida de mortos-vivos regenerados. Este elenco de espíritos maléficos despedaça a sua energia incessantemente, até as gotas de sangue da sua moto serra se tornarem numa cascata e você ansiar por uma pausa. Felizmente, os seus inimigos mortos largam cargas de revitalização, de modo que pode recuperar a sua força antes da próxima vaga de ataques. No conjunto, isto deixa pouco tempo para resolver os puzzles. As próprias batalhas são extremamente repetitivas, uma vez que, impensadamente, o jogador despedaça o crânio dos vampiros, dos monstros que vomitam projécteis, dos esqueletos rodopiantes e de um exército de zombies. A repetitividade é piorada pela horrível detecção de colisões, que ignora totalmente a trajectória da sua serra ou da arma. Felizmente, se persistir, eventualmente detém a corrente de inimigos e pode dedicar-se ao puzzles e martelar um ou dois dos estranhos monstrengos. Contudo, mesmo os melhores momentos são manchados por câmaras fixas deficientemente localizadas e gráficos decepcionantes. Como no infinitamente melhor Fear Effect, acaba por se pasmar com as reentrâncias dos arbustos, pensando se poderá aceder ao caminho para o além ou até se existirá uma outra saída.

No lado positivo, esta certeza encoraja-nos a explorar. Uma boa vasculhada na cozinha vai revelar uma sanduíche mordida por pulgas, a qual Ash parece estar feliz por mastigar apesar da sua idade, e uma boa busca nas grelhas de um barbecue abandonado dão lhe uma gota de combustível  que vai tornar-se útil mais tarde. Esta conversão atmosféricamente fiel combina jogos de puzzle incompletos com combate repetitivo. Mas , tal como a sanduíche apodrecida, deverá ser evitada a menos que adorem realmente os filmes.

Gráficos:  6.0 (Personagens pesadas, cenários sombrios)

Jogabilidade: 4.0 (Puzzles complicados, desperdiçados pelas constantes interrupções de combate.

Som: 8.0 (O melhor da atmosfera dos filmes perfeitamente recriado no jogo)

Longevidade: 5.0 (Implacável e repetitiva)


Nota Final: 6.0 (Por vezes é divertido, outras enfurecedor. Poderia ter sido bom. É pena.



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