Género: Aventura
Produtora: Revolution Software
Editora: Sony
Mais um point’n’click, wuuhuuuu! Mais umas boas horas de exercícios mentais,
tentando seguir lógicas distorcidas, encontrando pistas e desbloqueando acessos
partir de hipóteses inimagináveis! Mais uma aventura na pele de um feiticeiro
com nome esquisito, a viajar na carapaça
de uma tartaruga de proporções titânicas que se desloca pelo espaço. MAIS UMA
VEZ IREI SENTIR-ME BURRO E INÚTIL POR NÃO SABER QUE UM ESPELHO NO TOPO DE UM
TELHADO É A SOLUÇÃO PARA ATRAIR UM DRAGÃO QUE COME PESSOAS!! BUUUÁÁÁhhh *choro*
(Andros: Calma Mike isto não tem nada a haver com Discworld.. Tadinho do rapaz ainda
não recuperou do trauma)..
Sim! Tenho uma relação amor-ódio com a maioria dos
point’n’clicks e Discworld tocou em ambas as partes, fazendo me ter momentos de
pura alegria e satisfação como também quase me fez rebentar com uma veia do
cérebro. Quando peguei em Broken Sword já estava psicologicamente preparado
para este misto de emoções, mas rapidamente percebi que este era um jogo
bastante diferente de Discworld. O sentido de humor mantém-se mas é mais
americano, mas as pista e mecânicas do jogo são muito mais racionais, seguindo
uma lógica com sentido prático e realista (não desfazendo totalmente Discworld
que apenas tem um estilo muito, ahmm, digamos... pelicular)
Em Broken Sword: Shadow Of The Templars vestimos a pele de
um individuo chamado George Stobbart que passava umas férias tranquilas na
cidade de Paris. Enquanto bebe o seu café numa esplanada pacata um sujeito
vestido de palhaço deixa um objecto armadilhado que explode no café matando uma
pessoa lá dentro. Ao mesmo tempo surge Nico, uma jornalista freelancer que
procura a oportunidade perfeita de se lançar no mercado, e que tinha uma reunião
marcada com o homem morto. A partir daqui os dois dão início a uma investigação
conjunta com o objectivo de (Nico: conseguir a reportagem que lhe pode dar um
emprego. E Stobbart: conseguir saltar
para cima da repórter! Não, não estou a brincar!) descobrir a razão daquele ataque.
De início não é difícil descobrirmos quais os passos a tomar
para irmos prosseguindo no jogo, mas após algum tempo começamos a ficar
emperrados e a ter que rever alguns passos até conseguirmos encontrar a
solução. É natural acontecer isso e é esse o objectivo de uma aventura
point’n’click. A coisa boa é que basta explorar bem os cenários e perceber o
que as pessoas nos têm a dizer acercar dos vários tópicos que surgem. Outra
ferramenta que dá bastante jeito é a observação (Uau Mike, fantástico! Muito
bem… observado! Pfff). Se em vez de carregarmos “X” nos objectos ou pessoas
carregarmos “Círculo”, Stobbart irá fazer uma nota mental relacionado com o que
estamos a seleccionar. Isto pode permitir que se chegue a determinadas
conclusões antes de sequer abordarmos seja o que for (Aahhhh esse tipo de
observação..eerhh “cooof-cof” epáh desculpa lá Mike pensava que era..ermm tás a
ver? Tipo, nós.. vermos as cenas.. e.. prontos..tipo, yah! Tasse bem!).
Portanto sempre que entramos em cenários novos convém fazer isto a tudo e
percebermos o que podemos tirar dali. Este também é um jogo em que dará jeito
tirarmos umas notas para nós, para não nos perdermos no raciocínio da investigação! Por falar em perder, um ponto positivo é a possibilidade de
podermos guardar o jogo em qualquer altura do jogo mantendo na mesma os itens
adquiridos até à altura. Este é um acto que aconselho-o a fazer com alguma
regularidade pois existem determinadas situações em que teremos de ser rápidos
na acção e no pensamento pois poderá significar o Game Over! Sim uma aventura
point’n’click com Game Over’s.. (oh por favor, no que é que o mundo se tornou!?!)
Graficamente o jogo é suficiente, mas alguma animações
poderiam estar melhores, um pouco mais coordenadas ou mais fluídas. Por vezes
existe aquela sensação de vermos um filme dobrado em que a boca ainda mexe
depois da fala. Aqui acontece isso com os movimentos. Contrabalançando esse
defeito, as cores e os ambientes do jogos estão bons. Desenhos alegres e
divertidos, que quase parecem saídos de uma banda desenhada cartoonesca. Os
cenários são das características mais importantes do jogo onde teremos de os
explorar com muito cuidado de forma a não escapar nada ao nosso ponteiro. Mas é
precisamente nisso em que Broken Sword falha gravemente. Por vezes passamos
com o ponteiro numa zona de acção, mas em
algumas situações é difícil conseguir executar essa tarefa. O problema deve-se
às diferenças de pixelização dos sistemas para onde Broken Sword foi concebido
o que levou a erros em determinadas fazes do jogo. No meu caso isso aconteceu
numa altura crítica em que tinha um tempo limitado para conseguir executar a
acção.. (Bem ditos savestates do emulador!). De notar também, são as cutscenes
que são uma mistura de animações 3D com 2D muito engraçadas que sobem alguns
pontos a artwork do jogo.
Defeitos aparte, o voice acting está espectacular! A
qualidade de som não é a melhor mesmo para os parâmetros de 1996, mas
honestamente não tenho nada de grave a dizer. Bom mesmo é todo o voice acting
das personagens. Há medida que vamos avançando no jogo passamos por vários países como a Síria, Espanha, França ou Irlanda e a Revolution fez menção de
conseguir captar na perfeição o sotaque e as várias características da cultura
destes países, dando-lhe é claro o toque e humor que se vai tornando característico em Broken Sword. Este humor passa muito pelas personagens que nos
passam pela frente. Cada uma tem uma história pessoal, e cada uma tem características muito próprias digna de várias personagens de filmes ou livros,
e sem dúvida algumas personagens irão ficar marcadas em cada um de nós. E nisto
são quase tão bons como Discworld (o duede Casanunda ainda está na minha memória)! Engraçado também, foi reparar que toda a
gente fala inglês fluentemente bem, independentemente da zona do globo de onde
vêm. Portanto se não percebem patavina de inglês ou começam a aprender (isto é
um óptimo treino para desenvolver vocabulário inglês) ou então não jogam. Optem
pela primeira hipótese.
Bem, pouco mais há a dizer sobre este jogo que é uma
experiente mais do que agradável e desafiante. Broken Sword: The Shadow Of The
Templars tem tudo o que uma aventura point’n’click deve ter: Desafio, Carisma,
e Sentido de Humor. É uma mistura entre Dan Brown e Tin-Tin (Andros: Hey!! Essa
frase é minha… E TENHO DIREITOS SOBRE ELA!!! Where's my shotgun?..)
que aconselho vivamente toda a gente a experimentar!
Gráficos: 7.0 (Bons o suficiente para cativar o jogador, mas
a artwork é o que dá mais brilho ao jogo)
Jogabilidade: 7.5 (As falhas gráficas acabam por ser a macha
de tinta num quadro de Da Vinci)
Som: 9.0 (O voice acting está do melhor, com um grande
trabalho no discurso e na personificação de todos os intervenientes.)
Longevidade: 7.0 (É um jogo grande, de jogar-se apenas uma
vez.. mas vão sentir pena quando o acabarem.)
Nota Final: 7.8 ( Broken Sword: The Shadow Of The Templars é
um grande jogo marcado pelas suas falhas. A experiência de jogá-lo foi sem
dúvida revitalizante e deixo a recomendação para quem gosta e que nunca jogou
aventuras point’n’click como esta!)
Discordo do "jogar-se apenas uma vez". Este jogo é bom demais para ser jogado apenas uma só vez.
ReplyDeleteNão sou muito do tipo de repetir jogos point'n'click! =P Ficam me bem gravados na memória por norma =)... mas sim é bom demais! ;)
ReplyDelete