Género: Puzzle
Produtora: G-Artists
Editora: Sony
Ah que belos anos ’90!! A evolução das consolas e dos
videojogos (foram 4 gerações a surgir nesta década), o florescimento
internacional envolta da indústria, o surgimento de jogos excelentes que
mudaram o ramo (Mario 64, Metal Gear Solid, Sonic, Zelda: Ocarina Of Time,
Final Fantasy VII, etc…) e, a condenação da imprensa devido à violência nos
videojogos.
O tema já existia com jogos como Space Invaders a serem
considerados violentos (O quê?? A sério??? AAHAHHAHAHHA!!), mas efectivamente
ganhou um peso sério a meio da década de ’90 com jogos como Mortal Kombat,
Wolfenstein 3D, Doom, Duke Nukem a fazerem as delícias dos noticiários,
categorizando os videojogos como impulsionadores de tornarem jovens adolescente
em delinquentes. Isto levou a ser criado um sistema de atribuição de idades
para cada jogo de forma a sinalizar os pais. Ainda assim muito comentadores continuavam
a atribuir as culpas aos videojogos sempre que alguma catástrofe envolvendo
adolescentes violentos acontecia (e ainda hoje o fazem), ao invés de fazerem
uma introspectiva às falhas da sociedade moderna e à causa-efeito que estas
trazem. Um caso que foi bastante falado foi o “Columbine” onde dois
adolescentes armados entraram numa secundária e assassinaram vários colegas de
escola e professores, acabando eles por serem mortos no final.
Mas afinal o que é
que Kurushi tem a haver com isto tudo, visto que nem sequer se tratar de um
jogo violento? Absolutamente tudo! Lançado também nos anos ’90, mais
exactamente em 1997, Kurushi aborda uma temática muito mais didáctica! Kurushi é
um puzzle onde existe um corredor quadriculado e vários cubos que vão rodando
sobre ele. Nós controlamos um homenzinho (que mais parece o boneco do
primeiro Pitfall, mas em 3D) que corre pelo corredor evitando ser esmagado
pelos cubos. A função é eliminar os cubos antes que eles caiam do fundo do
corredor. O nosso homenzinho tem a tarefa de seleccionar um quadrado no chão
(com o botão “X”)de forma a quando o cubo lhe passar em cima eliminamos-o
(voltando a seleccionar “X”). O objectivo é eliminar todos os cubos antes que
eles caiam no abismo. A cada “x” número de cubos que caiam, é destruída uma
linha do corredor deixando-nos com menos espaço de comprimento para executar as
nossas tarefas.
Para nos dificultar ainda mais e tornar o raciocínio ainda
mais complexo é adicionado mais dois tipos de cubos: Os escuros e os verdes. Os
escuros são cubo que devemos evitar eliminá-los e deixá-los cair pois o efeito
é contrário ao dos cubos normais (cada cubo escuro que eliminarmos significará
uma linha destruída). Os verdes, ao eliminá-los irá surgir uma área verde à volta
que eliminará todos os cubos dessa área carregado no botão “triângulo”. Mas é
preciso ter cuidado porque se tiver algum cubo escuro nesse espaço estamos fod…
feridos! Mas se conseguirmos fazer uma jogada perfeita em que eliminamos todos
os cubos excepto os escuros.. somos recompensados com a adição de uma nova
linha tornando o tapete mais comprido.
O Game Over acontece quando o nosso homenzinho vai pelo abismo
abaixo (Dona Alzira: Ai jesus!! Cruzes! Credo! Tenho d’abisare o homem quando
paxare a esfregona.. !).Nesse momento é-nos atribuído uma espécie de Q.I.
consoante a pontuação que tivemos até àquele ponto. Pois está claro que vamos
querer fazer ainda mais melhor para acharmos que somos supra-inteligentes!
E basicamente o jogo resume-se a isso. Os gráfico são
minimalistas mas engraçados (A Dona Alzira faz um bom trabalho a deixar o chão
sempre limpo e brilhante). A música é que acaba por trazer uma dinâmica
inesperada e diferente do habitual. A faixas épicas dignas de um filme de
Steven Spielberg fazem com nos sintamos uma espécie de Indiana Jones a
desvendar o mistério dos cubos (Dona Alzira: Ó xinhore.. vocemecê está
enganado.. O Indana Jónes é do outro, do Jorge Lucas..). Os tutoriais são
óptimos e vêm com explicação em voz (mas apenas serve se entenderem inglês),
mas de qualquer forma a dificuldade é progressiva, e certamente não serão
pessoas de desistirem logo à primeira vez.
Sem dúvida alguma Kurushi é um daqueles jogos que tendo em
casa vamos querer mostrar a todas as pessoas. É um daqueles jogos a ter sempre
na prateleira para de vez em quando fazermos um exercício mental e desenjoarmos
de outros jogos ou até da nossa rotina diária.
Gráficos: 6.0 (Cubos coloridos, um homem poligonal, e um
cenário preto.. e mai nada!
Jogabilidade: 8.5 (Extremamente simples e inteligente! Às
vezes é o mais difícil de criar.)
Som: 7.0 (Aqui vamos nós numa viagem épica ao jogo dos
cubos)
Longevidade: 8.0 (O replay value é altíssimo! A jogabilidade
torna o jogo extremamente aditivo!)
Nota Final: 7.3 (É um jogo simples e a ter na colecção. Não
é nenhuma obra de arte mas é certamente intemporal. Adequado para fazer uma
“pausa” nos jogos, e óptimo para nos saciar quando tempos aquele sentimento de
“apetece-me jogar alguma coisa mas nem sei bem o quê”. Arranjem este título.)
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