Deixa-me lá ver se encontro...

16.9.13

Quake II

Data de Lançamento: 08/10/1999
Género: FPS
Produtora: Hammerhead
Editora: Activision









Se eu vos perguntar se conhecem Miyamoto, ou Kojima, provavelmente iram dizer que sim. É bom que conheçam os principais responsáveis por jogos que mudaram o ramo ou que marcaram uma geração. Agora se vos perguntar quem foi John Carmack sabem-me responder? (Errmmm não, mas suponho que tenha alguma coisa a haver com este jogo… )

Pois bem seus ignorantes, eu vou-vos dizer. John Carmack foi o principal impulsionador do género FPS (First Person Shooter). Este senhor tem a mão metida nos principais FPS’s dos anos ’90. As séries Wolfenstein, Doom, e Quake, que para mim são 3 das 5 séries de FPS mais importantes da década de ’90foram criadas às mãos deste senhor (a excepção não produzida por Carmack foram o Half-Life e Unreal Tournament)




Os FPS sempre dominaram no mundo dos PC’s, e até foi aí onde começou o fenómeno de “jogar em rede”, que evoluiu para on-line mais tarde. Era também comum que as conversões desses jogos para as consolas fossem alvo de críticas técnicas desde a ultrapassada capacidade gráfica e de processamento das consolas até à escassez de comandos para dar resposta à típica jogabilidade FPS (Jogar sem rato e teclado era um atentado para alguns jogadores). Quake II foi felizmente, um bom exemplo de como fechar a matraca a essas críticas. Aliás, foi tão bom exemplo que, na Playstation, segundo a revista oficial é considerado o melhor FPS se sempre na consola 32 bits! E, segundo eu, também é!


Gráficos: Limpos, bonitos e com efeitos de luminosidade muito bem trabalhados. Os cenários grotescos (em aspecto, não em qualidade), trazem a Quake II um clima gore não recomendado a petizes. Com uma brutalidade e violência fora do comum, este jogo retrata a mentalidade perversa do seu criador, onde o sangue é uma presença constante nos níveis, e rebentar com corpos morto (ou vivos) deixando-os reduzidos a alguns pedaços de carne (Literalmente!!) pode ser tomado como um passatempo. Mas Jonh Carmack usa Quake como meio de provocação à comunicação social que reiterava os videojogos como ferramentas que tornava jovens adolescentes em delinquentes e psicopatas. Quake II vem mostrar que a violência consegue ser ainda pior. Este efeito gore não se manifesta apenas na carnificina ao longo do jogo. Os inimigos tem um aspecto bizarro e assustador e quando mais estranho for o bicho mais mortífero se torna.
Mas isto são tudo coisas boas meus meninos! A juntar a isto é de salientar que Quake II mostra a melhor qualidade gráfica a sair num FPS naquela altura. E ainda assim apesar de ser um jogo de 1999 (visto a PSX ainda ter tido mais um dois anos de vida saudáveis) conseguiu produzir o melhor visual do género nesta consola.

Jogabilidade: Se olharmos para este jogo sobre uma perspectiva ampliada não passa de um comum FPS em que andamos sobre um mapa cheio de entradas, corredores, a disparar contra tudo o que se mexe (e contra o que não se mexe também), descobrindo áreas secretas e usar esquinas como escudo para nos protegermos de projécteis. Isto por si só já é chamariz suficiente para quem queira umas horitas de acção hardcore. Mas Quake II não é um jogo para se ver numa perspectiva ampliada.. Passados vinte minutos de jogo já nos sentimos de tal forma agarrados a este jogo que queremos explorar os mapas e liquidar todos os inimigos até ao mais escuro recanto. Isto acontece não só pela acção constante com que Quake contagia o jogador, mas também pelo sentido de evolução que vai surgindo no avanço do jogo. Evolução esta que se rege pela capacidade de poder das armas que nós e os nossos adversários têm na mão. Começamos com uma pistolita que dispara uns projecteis de fogo ridículos e alguns passos à frente conseguimos apanhar uma Shotgun. Dois cenários depois numa zona escondida está lá uma Shotgun de dois canos capaz de desfazer um inimigo mais fraco em bocados de carne com apenas um disparo. Mas entretanto surgem aos poucos novos inimigos mais resistentes (e cada vez mais feios também) que precisam de dois ou três tiros destes. Entretanto apanhamos uma metralhadora e por aí adiante (até que apanhamos a arma mais mortífera do jogo - La Casca De Banana!! AAHHHAAHAHAH... então? não teve piada??), totalizando mais de uma dezena de armas ao nosso dispor com cerca de seis munições diferentes.

Para tornar o jogo mais interessante existem uns quantos add-ups espalhados pelo jogo (uns mais escondidos que outros). Alguns são armaduras que nos vão protegendo e atenuando os danos dos tiros que levamos (algumas armas levavam-nos directamente para outro mundo), outros dão-nos imunidade temporária, ou então dão mais poder de fogo durante uns segundos, alguns aumentam a capacidade de vida ou então a capacidade de munição, etc… São pequenos doces, que nos ajudam e dão mais prazer à vitória de descobrir-mos uma área secreta ou uma zona nova.













Som: Desempenha uma função importantíssima em Quake II! Passando à frente a questão da banda sonora, os efeitos estão demais! Os passos, os tiros de cada arma, os grunhidos das aberrações biomecânicas, demasiados pormenores para um jogo desta época.. e como pormenores nunca são demais isso torna Quake II ainda mais espectacular. Juntando isto a uma jogabilidade viciante e aditiva consegue fazer com que Quake II se torne ainda mais memorável! Quanto à banda sonora esperem algo a condizer com todo o ambiente gore demonstrado em cada pixel do jogo. O metal industrial são o género escolhido pelos responsáveis do som para manter os níveis de adrenalina em alta, algo que me agrada bastante. Algumas das faixas são espectaculares e vão mudando sempre que saímos de uma zona para outra do nível nunca levando os nossos ouvidos à exaustão.

Longevidade: Quake não é um jogo que se passe por níveis mas também não é um mundo aberto. É um misto dos dois. Existem meia dúzia de níveis enormes que se encontram divididos por várias áreas onde nos podemos movimentar de um lado para outro. E é aqui que podemos encontrar um pequeno senão.. Loadings! Ok não completamente problemático, os loadings demoram cerca de três segundos, mas no final do jogo se os juntarmos todos já dá alguns minutitos perdidos em loadings.. Mas é compensado pela acção agressiva do gameplay. Mas não fiquem com a ideia errada de que Quake II é um jogo fácil. Em modo normal não é um jogo muito difícil até ao ultimo terço. A partir deste ponto podem contar com muitos GameOvers portanto o melhor é gerirem muito bem o tipo de munições que usam e em que inimigos as usam de forma a não desperdiçar artilharia pesada em formiguitas que aparecem plo caminho (Avózinha - ouvi dizer que o fermento funciona muito bem pas formigas!).

O modo multiplayer também está muito bom e vale umas belas tardes bem passadas se estiverem com companhia para isso! Podemos escolher vários mapas baseados em localizações do jogo e depois existem os vários modos de jogo até quatro jogadores. Lembro me na minha infância passar horas a jogar isto com o meu irmão (e de o dizimar centenas de vezes com um tiro certeiro de BFG)


É apenas isto que se quer de um bom FPS: Muita acção hardcore, mapas grandes, e um sonoridade arrebatadora. E foi exactamente isso que John Carmack trouxe a Quake II, só que apenas com muito mais ainda para oferecer! Demorou dois anos a passar para as consolas e no caso da Playstation essa espera valeu-lhe o título de melhor FPS da PSX e um dos melhores da consola.

Gráficos: 9.2 (A beleza de ver o brilho dos canos de uma Shotgun após deixar um monstro desfeito em pedaços de carne)

Jogabilidade: 10 (Sim é mesmo um 10 perfeito! Não estou a gozar!)

Som: 9.5 (Sobe-nos sempre o batimento cardíaco.. pura adrenalina)

Longevidade: 8.5 (Adequada à exigência de vários tipos de jogador. E o multiplayer é fenomenal)


Nota Final: 9.3 (Ninguém pode ficar indiferente a esta obra prima dos anos ’90. Quake II é um jogo magnífico criado pela mente brilhante que é John Carmack. Este jogo é obrigatório e provavelmente encontraram pelo Youtube vários Top 10 ou 20 com este jogo lá pelo meio. Recomendado!)


2 comments:

  1. Eu também achei a conversão do Quake II para a PS1 muito bem conseguida, apesar de continuar a preferir jogar no PC, claro. :)

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  2. O original é sempre o original! ;)

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