Género: Acção/RPG
Produtora: Nintendo
Editora: Nintendo
Costuma-se dizer que depois da tempestade vem a ambulância
(A BONANÇA ó estúpido! – Não é mesmo a ambulância, porque normalmente há
sempre feridos), e neste caso o condutor tinha o nome de Miyamoto, o criador de
Mario Brothers. Pode-se dizer que este senhor foi o responsável pela
recuperação do ramo dos videojogos, que estava em declínio a meio dos anos
’80. Já não bastava o trabalho que fez com Donkey Kong e com o Mario Brothers
(jogos que deram-lhe o titulo de Lenda dentro do ramo) como ainda foi mais além
ao lançar The Legend Of Zelda. Este jogo foi nada mais, nada menos como o primeiro jogo a atingir um milhão de unidades vendidas numa consola caseira!
Mas afinal de que se trata este jogo? The Legend Of Zelda é
um RPG de acção, em que o personagem principal, Link – Um pequeno elfo de uma
terra chamada Hyrule – explora o mundo em busca da lenda da princesa Zelda que
se encontra aprisionada pelo maléfico Ganon que transformou o mundo num
terror. Para conseguirmos restituir tudo ao normal precisamos de reunir 8 peças de um artefacto chamado Triforce e entrar nas catacumbas onde Zelda está presa. Pessoal isto são os anos ’80 não
esperem um argumento de ponta. Mas de facto também não seria preciso muito mais
do que isto para tornar TLOZ cativante. A magia de Zelda encontra-se
precisamente na exploração de Hyrule. Miyamoto conseguiu criar uma nova terra
numa consola caseira de 8bits.. Uma terra com bastante diversidade (a
suficiente para anular qualquer tipo de monotonia, com vários tipos de ambientes de zonas montanhosas, desertos, bosques, lagos, florestas, e várias grutas com inimigos
fortes que nos poderão destruir com um ou dois golpes!).
Tal como qualquer RPG a evolução da personagem é a principal característica. Mas em Zelda ao contrário do comum RPG a evolução não se mede
por níveis mas sim pelos equipamentos e vitalidade que vamos adquirindo no
progresso. Estes vão-nos tornando cada vez mais fortes e mais resistentes
permitindo a Link avançar na sua quest. É-nos possível equipar duas armas a
Link. A espada (a arma principal, que vamos substituindo por outra mais forte à
medida que encontramos outras espadas) e a armas secundárias como bombas (que
servem para descobrir passagens secretas) candles (que mandam fogo e abrem
passagens pelos arbustos) boomerangs, setas, etc… Além disto podemos encontrar
escudos e anéis que nos aumentam a defesa. Uma jogabilidade simples que se
tornou num modelo para os anos seguintes e que Miyamoto estimou bastante bem.
Esta forma de jogar aliada à exploração e ao mundo aberto
foi a mistura explosiva para tornar The Legend Of Zelda num marco histórico.
Mas Zelda estava longe de ser um jogo fácil de se jogar. Quem já jogou sabe o
que falo, e de certeza morreram muitas vezes e tem investidas muitas horas da
sua vida neste jogo. E se havia coisa chata nos anos '80 era que morrer num jogo
era uma situação terrível. Não havia memory cards, nem password nem save states nem nenhuma máquina do tempo que no deixasse voltar atrás… e mais uma vez
Miyamoto coloca-se à frente de todos os outro produtores ao criar os saves
points. Estes saves surgem automaticamente em determinados locais como nas
dungeons para que sempre que morrermos voltarmos ao local da entrada. E
voltamos com o mesmo dinheiro que tínhamos até então, portanto sempre que morrermos basta voltar a tentar. Isto por si só é apenas uma vantagem não frustrando o jogador e
incentivando a levar o jogo até ao fim.
Este foi um jogo que há muito que ambicionava jogar, e agora
arrependo-me de não o ter jogado mais cedo. É-me difícil analisar jogos como
este por serem tão antigos e tão fora da minha época. Mas de facto houve vários pormenores a saltarem me à vista como o re-spawn nos cenários. Ao derrotar
todos os inimigos podemos andar livremente pela zona sem sermos incomodados
numa distancia de três cenários de raio. Isto dá-nos algum folgo, e desanuvia
por um bocado, além de que se por engano sairmos e voltarmos a entrar só temos
de derrotar os inimigos que lá ficaram.. isto evita muitas mortes frustrantes. Também foi difícil de jogar este jogo sem um guia, e apesar de tentar ao seguir as dicas do
jogo, determinadas partes eram "impossíveis" de ultrapassar sem ajuda externa. Não sei se na
época houve um aproveitamento com a venda de guias ou de revistas com ajudas
(e se o objectivo foi esse, a Nintendo foi ainda mais genial!) mas em algumas
dungeons senti que era impossível descobrir determinados acessos com o
rebentamento de paredes. Ou descobrir alguma lojas secretas com itens
importantes para o avanço no jogo.
Seja como for, percebi agora a razão pela qual Zelda deixou
uma importante na industria dos videojogos. Os gráficos (que estavam muito bons
dentro dos parâmetros 8bits de ’87) e a música aventureira, juntamente com todo
o universo de Zelda foram sem dúvida determinantes para o sucesso da série. Foi também um jogo de outros tempos e de uma geração
completamente diferente da actual. Zelda era um jogo que se jogava com lápis e
papel, desenhando manualmente os mapas de forma a não deixar nenhuma entrada ou
zona por explorar. Um verdadeiro marco dos videojogos, e sem dúvida um dos mais
importantes!
Gráficos: 8.5 (Excelente aproveitamento da capacidade 8bits
da NES)
Jogabilidade: 9.0 (Simplista, viciante, e inteligente!)
Som: 8.5 (Entretem-nos durante horas!)
Longevidade: 9.0 (The Legend of Zelda é um jogo enorme.
Contem entre 30 e 50 horas de jogo dependendo da forma como jogarem)
Nota Final: 8.8 ( A evolução de Link faz-se sentir do
inicio ao fim, tocando no coração de quem joga este jogo. Tanto que o actor
Robin Williams deu o nome de Zelda à sua
filha. Link é um reflexo do crescimento da inocência à maturidade
incutido em todos nós e The Legend Of Zelda foi um dos primeiros jogos a tocar
nesse elo emocional característico no ser humano. Uma obra de Arte!)
Obra-prima simplesmente. A seguir experimenta ou o Zelda II ou o Link to the Past
ReplyDeleteSe gostaste deste, então quando chegares ao Link to the Past...
ReplyDeleteE se gostares dos 3D, ui, upa upa!
A ideia é essa, chegar a esses =P... mas o Link To The Past e o Ocarina Of Time são os meus maiores hypes da série neste momento ;)
ReplyDeleteAtenção aos erros, nomeadamente "bonança" em vez de "bonância", e a série Zelda é acção aventura, não é action rpg (apesar de ter elementos de rpg)
ReplyDeleteObrigado pela dica, às vezes os erros passam ao lado. Quanto ao género, também fiquei nessa dúvida, mas após uma pesquisa rápida percebi que existem debates relativamente a se Zelda é um Action Adventure, ou Action RPG. Por normalmente as pessoas associarem o jogo a RPG coloquei-o na "prateleira" dos RPG's. Coisa que não fiz com o Zelda II, pois achei-o muito mais virado para a acção do que o anterior.
ReplyDelete