Género: Acção/Plataformas
Produtora: Millenium Interactive
Editora: Sony
Mas que oportuno.. Um blog que andava nas lonas, a cambalear
em direcção ao fosso da morte, trás agora um jogo acerca de um tipo morto em
combate, trazido à vida (Bem, mais ou menos. Pelo menos o esqueleto, ao que
parece...). Mas isto é mera coincidência! Apenas tive vontade de reviver os
meus momentos de infância em que tudo o que corria naquela playstation era como
ouro para os meus olhos. Medievil é um desses jogos que me trazem belas
recordações dessa altura! A diferença claro, é que agora estamos em 2014 e não em 1998 (Já passaram 16 anos?? Eishh tou velho..!), e não vejo o jogos da mesma
forma com que via com 11 anos… ou então talvez não.
Os anos também passaram por este jogo, que não envelheceu da
melhor forma. Mas ainda assim continua com muito carisma, e sentido de humor.
Começando pela história, Medievil trás-nos Sir Daniel Fortesque, nobre
combatente de Gallowmere, e o primeiro homem a morrer, com uma seta em cheio no
olho na célebre batalha vitoriosa contra o malvado bruxo Zarok. Passados 100
anos aparentemente o velho bruxo ainda está vivo (dizem que o álcool conserva…)
e tem truques na manga! Então decide fazer trafulhice por Gallowmere começando
por ressuscitar os mortos das campas. Azar dele, que o infortunado Sir Daniel é
um dos que ele trás de volta à vida, e com ele vem uma minhoca no lugar do olho
perfurado, juntamente com (..um cheiro nauseabundo??)a vontade de recuperar a
honra perdida nessa batalha!
Medievil acabar por ter este ponto positivo que é o seu
argumento. Mais elaborado que o normal para um jogo de plataformas de 1998, cheio
de sentido de humor negro britânico e muito pormenores carismáticos como as
falas das Gárgulas. Os gráficos apesar de toscos, têm com um estilo muito
próprio e bizarro, lembrando um pouco alguns dos filmes de Tim Burton. Melhor
ainda é o voice acting e o guião do jogo que tem umas piadas e caracterização de
personagens fenomenais, que conseguem agradar a miúdos e graúdos. E não
obstante está a banda sonora que carrega ainda mais todo aquele feel Tim
Burtunesco, adaptado ao mediavalismo não se chamasse este jogo Medievil.
Isto tudo para dizer que o jogo foi sem sombra de dúvida
muito bem pensado e estruturado, mas infelizmente veio também atrasado. Por
esta altura surgiram outros jogos de plataformas superiores como o Crash 3, ou
o Spyro The Dragon, que ofuscaram muito Medievil levando-o a ser na melhor das hipóteses a terceira escolha dentro do género no sapatinho de natal em 1998. A mecânica do jogo também tem algumas falhas principalmente
com a camera. Os problemas clássicos do 3D fizeram-se notar nas esquinas dos níveis, onde o ponto cego é maior (Bem, Sir Fortisque também só tinha um olho…
aaahahahahahahah!! Então?? Não teve piada? Que gente tão seca…), o que nos
torna mais vulneráveis. A sensibilidade nos controlos direccionais não foi
pensada da melhor forma. Para correr basta carregar uma segunda vez na direcção
desejada, e isto atrapalha o jogador no posicionamento da personagem num
momento em que seja necessária mais precisão. Como por exemplo em níveis como,
Pools of The Ancient Dead (fartei-me de cair naquela lama mortífera) ou em The
Pumpkin Serpent em não nos podemos aproximar da plantação de trigo (se não
perdemos uma vida em dois segundos).
Em compensação, ao nosso dispor existe uma enorme variedade de armas desde o nosso braço (que o deslocamos e funciona como um boomerang), a facas de arremesso, flechas, espadas e até uma marreta gigante! Também existem escudos de várias qualidades que nos ajudam bastante a evitar ataques. O jogo neste aspecto está engraçado até porque algumas das armas podem ser compradas ou até restauradas (como o Golden Shield e a Golden Sword), por um preço que as gárgulas propõem. A nossa energia também é medida em frascos de vida que vamos ganhando à medida que encontramos em zonas secretas, ou então enchendo o cálice das almas de cada nível, objectivo que é conseguido se matarmos vários inimigos. Este cálice dá acesso à Sala dos Heróis onde estão as estátuas e respectivos espíritos de figuras heróicas da história. Esta sala corresponde à zona dos bónus e é aqui onde conseguimos acesso às Life Bottles e a novas armas, sendo de extrema importância. Outro ponto positivo é a forma como os níveis foram concebidos, desde os cenários, às próprias mecânicas que distinguem bastante Medievil de outros jogos
Medievil não é um jogo muito difícil se conseguirmos ir completando
o objectivo do Cálice das Almas. Se o ignorarmos e formos avançando, sem o
acesso às novas armas aí sim, o jogo vai ficando extremamente difícil.
Principalmente o ultimo boss, o bruxo Zarok. Ainda assim proporciona um bom
desafio mesmo ao jogador mais exigente. Medievil também é um jogo com bastantes
puzzles que precisamos de resolver para ultrapassarmos os niveis e será
necessário algum backtracking para conseguirmos acesso a alguns itens
necessários para prosseguir no jogo. Apesar de considerar um Plataformas, este
jogo tem bastantes características de Action RPG, e isso deu um toque muito pessoal o que não é por acaso que conseguiu
uma pequena legião de fãs que o tem sempre em consideração nos seus Tops
pessoais da PSOne no Youtube.
Em suma Medievil é um jogo bastante equilibrado. Apesar de
algumas falhas técnicas nos controlos e alguns bugs gráficos, é um jogo com
muita originalidade e carisma. Tive imenso prazer em jogá-lo apesar de não ter
envelhecido da melhor forma. As animações se tivessem sido mais trabalhadas
teria escondido muito melhor as limitações gráficas do jogo. Não lhe faltou
muito para ter sido um jogo de top, mas ainda assim teve sucesso suficiente
para ser feito uma sequela uns anos depois e um relançamento na PSP. Foi pena
ter ficado na sombra de jogos melhores por considero-o um óptimo jogo de
plataformas!
Gráficos: 7.0 (Poderiam ser melhores, existem algumas falhas
que se corrigidas dariam uma nota mais simpática. O level design é o que lhe
valoriza.)
Jogabilidade: 8.0 (Armas com fartura, puzzles interessantes,
muita matança contrabalançam com algumas falhas de controlos.)
Som: 8.8 (Acho muito sinceramente, que esta é a parte que
mais cativa, e mais deixará na memória a todos o que o jogarem! E pelos
melhores motivos.)
Longevidade: 8.0 (Achei Medievil bastante equilibrado entre
a quantidade de níveis e a dificuldade de jogo. Os níveis são todos diferentes
uns dos outros, com ambientes muito engraçados e diferentes de tudo o resto.)
Nota Final: 8.0 ( É um jogo que me trás memórias fantásticas e tem por isso o devido valor nostálgico. Mas tenho de reconhecer que ainda que
com as suas falhas inegáveis foi um jogo bom e muito único. Penso que a sua
originalidade lhe concede uma distinção que apenas alguns jogos conseguem.)
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