Género: RPG
Produtora: Game Freaks
Editora: Nintendo
Ah! Finalmente de volta à escrita! Provavelmente já me davam
como desaparecido (já te davam era como morto!), mas infelizmente o tempo
disponível, neste momento não me dá para mais. Para colmatar essa falha decidi então
largar outro passatempo que tinha (a leitura nos transportes públicos) para o
substituir pelas consolas portáteis. Assim sendo, cumpri um sonho que já há
bastante tempo tinha em mente. Depois de ter jogado o Pokemon Blue mais
recentemente, atirei-me pela primeira vez à segunda geração de Pokémon’s.
Vou-vos confessar: Sempre torci um pouco o nariz a todos os
pokémons que saíram depois de Blue/Red/Yellow. Sempre achei que tudo o que veio
após, seria mais do mesmo. Achava até que provavelmente seria uma adulteração da
receita original, que por si só já era tão boa. Mas apesar destes meus
desdenhos nunca deixei de sentir uma certa curiosidade em jogar principalmente a
geração seguinte e conhecer as novas espécies de pokémons que nela vinham. Por
isso mesmo premi ON e deixei-me levar pelo conteúdo do cartucho…
GERÓNIMMOOOOOOOO!!!
A versão que experimentei foi a Gold. Assim que o jogo
começa notamos logo meia dúzia de semelhanças em relação aos primeiros jogos:
Começar numa pequena aldeia, com um orientador que é um génio dos pokémons;
escolher um de 3 pokémons do tipo fogo, água, ou erva; um rival surge no
caminho logo de início; etc… Portanto a mesma história contada com nomes
diferentes. Isto não é propriamente mau. Cria até uma certa familiaridade para
quem já jogou os antecessores, mas aumenta alguns dos receios que já tinha
pré-concebidos (o ser mais do mesmo). Mas adiante…
No caminho até ao primeiro Ginásio já encontro pelo menos
três Pokémons iniciais muito familiares: Ratatta, Pidgey, e Caterpie, mas
também novos pokemóns como Hoothoot, Spinarak e Sentret. Vou também reparando
em algumas novidades pelo caminho como umas árvores estranhas que dão umas
bagas medicinais. Os Pokémons podem segurar nelas e consumi-las a meio de uma
batalha, sem ter que perder um turno.
“Hmmm portanto: Existem outros tipos de bagas que curam anomalias na
saúde; Existe também um novo acessório no menu (o Pokegear) que permite fazer chamadas e consultar o mapa.. A mala está organizada por compartimentos sendo possível carregar muitos mais itens, além de ser mais fácil utilizá-los.. Olha,
os Pokémons são todos macho e fêmea.. espera lá, isto sugere que.. Olha, um
ovo!? Mas que raio!??..AHH É um Togepi!”
Ok, estou convencido, afinal isto é mesmo um jogo diferente!
Gráficos: Houve efectivamente uma melhoria ainda em relação
ao Pokémon Yellow.. As cores contribuíram significativamente para tornar o jogo
mais atractivo, e foi sem dúvida um incentivo para os fãs de pokémon comprarem
o Gameboy Color (mais uma ideia genial da Nintendo para fazer dinheiro..). Mas
não foi apenas a cor que mudou a segunda geração (isso até já existia no
Pokemon Yellow). Foi novo design dos pokémons, mais o detalhe mais aprofundado
em relação aos cenários do mundo, muito mais animações presentes, tanto no
gameplay como nas batalhas. A qualidade ficou espectacular, ainda para mais se
tivermos em conta os turnos horários em que a noite e o dia acompanham o jogo
em tempo real. Nem parece ser um jogo de 8bits mas sim um jogo de 16bits. Os
novos Pokémons estão espectaculares com pormenores muito apelativos e os
antigos estão com ainda melhor aspecto. A única contrapartida deste jogo é em
relação à velocidade. O jogo ficou um pouco mais lento em todos os sentido e as
batalhas demoram mais devido às animações, mas felizmente é possível retirá-las caso o desejemos.
Jogabilidade: Vou falar apenas das novidades que foram introduzidas
nesta geração. Pokémon é um jogo único e especial que dificilmente se explica o
que é em meia dúzia de palavras. Recomendo lerem a análise à primeira geração (procurem no menu do lado esquerdo do blog) para entender melhor o que foi a
evolução para este jogo. Vou começar pelo ponto que me chamou mais à atenção inicialmente. A organização dos menus e respectivos atalhos melhoraram bastante,
proporcionando muito mais acessibilidade ao jogador. Na back pack já não é
necessário organizar constantemente os itens existindo vários compartimentos
divididos pelos tipos de itens que vamos apanhando ou adquirindo. Os comuns
como as poções, curativos e outros do género estão num bolso, Pokébolas noutro,
HM/TM igualmente, Itens funcionais como as Canas de Pesca, ou a Bicicleta
também. Basta carregar na seta lateral para mudarmos de bolso o que torna tudo
muito mais fácil. Outra funcionalidade foi o botão Select. É possível definirmos um atalho com o botão Select a qualquer item. De certeza que
perderam montes de tempo durante o jogo em seleccionar manualmente a bicicleta
ou o Itemfinder. Agora essa acção é feita apenas carregando no botão Select. Só
é necessário definirmos a preferência do item.
Outra novidade está relacionada com o facto dos Pokémons
poderem carregar um item. Isto trás grandes vantagens devido à influência que
cada item pode trazer. Além das bagas como já referenciei existem alguns power-ups
que vamos comprando ou então encontrando no percurso no jogo. Alguns Pokémons
quando são trocados com determinados itens podem evoluir para uma forma
diferente. Por exemplo o Onix evolui para Steelix se for trocado com o Metal
Coat. Falando em metal existem mais dois novos tipos de Pokémons: Os Pokémons
de Aço (Magnemite passa a pertencer a esta categoria por exemplo) e os Pokémons
Obscuros (não arranjo melhor tradução para Darkness) que passam a ser uma
excelente alternativa para combater Pokémons psíquicos.
Existem novos TM’s e mais dois novos HM’s que no fundo não
trazem nada de novo e são mais um obstáculo para ultrapassar. Mas em relação
aos ataques, existem um par de situações que de certa forma, foram “corrigidas”
tornando o jogo mais “justo” e equilibrado. Por exemplo: Lembram-se do ataque
Wrap da Bellsprout ou do Ekans? Assim que este ataque era usado o pokémon oponente
era impossibilitado de concretizar os seus ataques. Agora o Wrap (como outros
ataques do género) durante um período continua a infligir dano no fim de cada
turno mas não impossibilita o ataque do Pokémon oponente. O ataque Gust do
Pidgey passou a ser Flying Type (o que deveria de ter sido desde sempre). E
outra situação prende-se com o estado sonolento do Pokémons em que anteriormente
nos era impossível seleccionar um ataque devido ao mesmo estar a dormir e agora
é possível seleccioná-lo e se ele acordar naquele turno executa o ataque. Um
dos novos ataques funciona apenas quando o mesmo está a dormir. Existem também
novos movimentos que têm funcionalidades fora dos combates. Além do Teleport e
do Dig (que serviam de transporte instantâneo), agora existem o Rock Smach
(destrói algumas rochas que bloqueiam caminhos, ou têm itens escondidos),
Headbut (usando em árvores mais pequenas podemos descobrir novos pokémons), e
Sweet Scence (útil para atrair pokémons).
Ok, mas aparte deste detalhes o maior salto na jogabilidade
para mim foram o Pokegear e o Pokemon Breeding. O primeiro como já tinha dito
permite-nos usar o mapa, o telemóvel, e sintonizar numa estação de rádio do
jogo. O telemóvel será o mais importante. Quando soube disto à uns anos fartei
me de rir e ridicularizei completamente a situação. Mas surpresa das surpresas, afinal isto é mesmo fixe! Permite-nos estar em contacto com vários treinadores
e personagens que nos vão ajudando no jogo e até aumentam indirectamente o factor longevidade. Nomeadamente para voltar a combater e receber várias dicas úteis relacionadas com pokémons raros. Também existem outros números como os da nossa
Mãe (LOL!) que ajuda-nos a fazer uma poupança (útil para não perdermos a
totalidade do nosso dinheiro no caso de sermos derrotados), ou então o número
do Bill que nos ajuda a fazer uma gestão dos pokémons guardados no PC.
O Pokémon Breeding (reprodução de pokémons) é uma grande
novidade do jogo. É possível reproduzir Pokémons, que deixam ovos. Alguns
pokémons já conhecidos como o Pikachu ou o Magmar tem desevoluções que revelam
as versões “bebés” dos mesmos. É uma abordagem bastante interessante
principalmente para que tenta conseguir todos os Pokémons (ajuda bastante no
caso do Eevee em que é bastante difícil conseguir mais do que um). Poderá parecer
insignificante mas é um grande passo e uma nova perspectiva ao jogos principalmente
se forem fãs da série.
Som: Pokémon Blue/Red/Yellow já tinha uma banda sonora de
excelência para um jogo de formato de 8bits. Portanto, porque razão não o
haveria de ter em Gold/Silver/Cristal? Se graficamente dá a sensação de
estarmos perante um jogo de 16bits, em questões de som isso já não é possível dizer. Isto apenas porque é impossível o conseguir devido às limitações de potência
da consola. Mas o trabalho feito está extraordinário. Uma grande parte das
tracks foi reconstruída da primeira geração e foram adicionadas algumas
musicas novas totalizando mais de 80 musicas diferentes (FO…..SSSS!!). Até
existem duas estações de rádio dentro do jogo para podermos sintonizar na
frequência desejada.. Brilhante! Em relação ao jogo anterior foram adicionadas
e melhorados bastantes efeitos sonoros nos combates juntamente com as animações
novas dando muito mais alegria e vivacidade ao jogo.
Longevidade: Se os jogos da primeira geração eram grandes,
sinceramente não sei o que possa dizer acerca destes. Esqueçam os 150 pokémons,
aqui são 250 (252 se juntarmos o Mew e o Celebi). Se era uma tarefa
especialmente árdua completar o objectivo dos 150 pokémons é extremamente
difícil conseguir mais 100. Ainda para mais porque vai exigir muito mais jogo
de cintura e estratégia relativamente às trocas pelo Link Cable, pois nestes
jogos a pedras evolutivas são muito limitadas. Mas felizmente é possível trocar
pokémons com as versões antigas a partir do modo Time Capsule (apesar de
existirem várias condições como não trocar pokémons nem TM/HM’s não existentes
nas duas gerações. Nem trocar pokémons com itens em anexo, senão.. hasta la
vista game progress). Se por um lado esta adição de mais 100 espécies torna o
jogo mais interessante, por outro torna-o também mais massudo por existirem
demasiadas interdições, e muita dependência de terceiros para conseguirmos o
objectivo.
Em G/S/C existe uma nova região (de onde vêm os novos
pokémons) chamada Johto. Apesar ser completamente nova, a região segue um
bocado aquilo que Kanto já era. No entanto, existem mais áreas secretas devido
não só à introdução dos dois HM’s (Waterfall e Whirlpool), como também várias
Side-Quests que tanto enriquecem e caracterizam os JRPG’s. Mas se acharem que
Johto é pequeno demais não se preocupem. Kanto também está disponível como área jogável, mas só depois de vencerem a PokéLiga. Vão encontrar Kanto ligeiramente
diferente com algumas áreas redesenhadas e muito sentido de humor pelo caminho
com bastantes referências à primeira geração. Também é possível reconquistar os
8 crachás de Kanto.
Isto é tudo muito bom mas é apenas mais do mesmo, e falta-me
falar de um ponto muito importante. Talvez aquele que considero o mais
importante e revolucionários de todos. Assim que o jogo começa a primeira coisa
que fazemos é definir o dia da semana e a hora actual. Isto vai influenciar todo o jogo posteriormente. Pokémon G/S/C joga-se literalmente em tempo real.
Os dias e noites acompanham-nos durante o jogo. Alguns eventos realizam-se
apenas em alguns dias da semana (como o Bug Catcher Contest), alguns pokémons
aparecerem apenas em determinadas alturas do dia ou noite. E este facto vai
mudar por completo a forma de como abordamos o jogo. Algumas acções apenas
podem ser realizadas uma vez por dia, como ir a um salão de beleza (Sim, estou
a falar a sério não se riem! Vá lá por favor, isto é mesmo sério. Podem evoluir
alguns pokémons graças a isso com o nível de felicidade! Olha pronto, lá estão
eles a rir às gargalhadas…), ou então quando entregamos a Kurt as Apprikorn para
ele fazer as pokébolas.
Cristal, que surge um ano depois de Gold e Silver, será o equivalente
ao Yellow da primeira geração: tem gráficos com algumas correcções/melhorias, os pokémons apresentam animações no início do combate, existe uma side-quest nova,
e o maior ponto diferencial desta versão vai para o facto de ser possível
começar o jogo com uma personagem feminina.
Infelizmente existe um problema que
surgiu nestas versões G/S/C. A pilha que mantêm o relógio interno a correr no
jogo, de modo a permitir-nos jogar em tempo real como em tudo, tem um prazo de
vida. Hoje em dia é frequente encontramos cartuchos à venda com esse problema.
Felizmente é possível solucionar esse problema mas poderá não ser assim tão fácil (e nunca deixa de ser um entrave). O emulador não é a melhor
alternativa pois este não corre no PC em tempo real. A não ser que seja da PSP em que assim
poderá ser uma alternativa (não tão viável por não ser possível trocar pokémons).
Ou então é possível jogar no remake da DS, Heart Gold e Soul Silver, que
não tem esse problema da pilha, nem das trocas.
A segunda geração conseguiu atingir um patamar de qualidade
acima das minhas expectativas. Pokémon já era uma das minhas franchises de
eleição pela genialidade do conceito. É verdade que passados 5 anos teriam
quase a obrigação de fazer um jogo melhor, mas a Game Freak e a Nintendo
conseguiram fazer muito mais do que isso. Aprofundaram ainda mais o conceito Pokémon e construíram uma excelente campanha de markting à volta do jogo. Não admira haver tantas pessoas que considerem o Gold/Silver/Cristal a melhor
geração de pokémons até hoje. Pessoalmente não se é a melhor de todas pois só
joguei as primeiras duas, mas é certamente a melhor destas. E um dos melhores
jogos que joguei ultimamente.
Gráficos: 9.0 (Gráficos de uma geração seguinte.. melhor não
dava. Só a velocidade é aborrece um pouco)
Jogabilidade: 9.8 (Corrigiram bastantes erros e situações,
e conseguiram inovar o sistema de jogo em vários sentidos. Tornaram o que era
bom em algo muito melhor)
Som: 8.5 (Sim são apenas 8bits de potência sonora..hhmmff! Mas
certamente se ouvirem um musiquita agora de certeza que vão pensar: “ acho
que tinha o meu Gameboy Color naquela gaveta, deixa-me lá ver”.. e são mais de
80 faixas.. wow!)
Longevidade: 9.0 (Grande o suficiente para não ter mais nada
no Gameboy durante um ano! Sim, literalmente.. o problema é que a pilha do
cartucho também não aguenta apenas meia dúzia de anos se tanto, e depois terá
que ser trocada)
Nota Final: 9.5 (Um jogo quase perfeito, que fez da Nintendo
uma empresa financeiramente mais saudável, pois foi principal responsável por
se venderem tantos Gameboy Color em todo o mundo. Acho que diz tudo. Se
ainda não o jogaram, aconselho vivamente. A versão Heart Gold e Soul Silver da DS são boas alternativas para contornar esse problema).
Acredito que de facto que tenha sido este jogo o principal responsável pelo sucesso do gameboy color (e não "colour"), visto que ele não difere muito do original, tirando o facto de ser mais leve, ter um ecrã colorido e utilizar metade das pilhas. Por falar em pilhas, foram toneladas as que eu gastei com este pokemon gold, mas valeram totalmente a pena (tendo em conta que era a minha mae que as comprava) xD
ReplyDeletehaha! Não ligues ao "colour"... o tipo que escreve estas coisas é praticamente analfabeto! Que burro! Nem sequer sabe que... errrmm... opáh... fui eu quem escreveu isto?? aahh isso então fui eu que.. haammm carreguei sem querer no "u"... foi um acidente! (...que aconteceu em todas as 3 vezes que escrevi a palavra color..). É um pormenor, será editado =P.. A nintendo devia criar uma fábrica de pilhas (se é que já não tem e eu não sei) pois ainda hoje tenho o mesmo problema em gastar pilhas com a Wii =P.. Obrigado pela correcção ;)
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