Deixa-me lá ver se encontro...

20.12.10

Spider-Man

Data de Lançamento: 15/09/2000
Género: Acção/Aventura
Produtora: Neversoft
Editora: Activision







Quem não conhece o Homem-Aranha? Talvez a mais bem sucedida, e rentável personagem da Marvel chega finalmente ao mundo da Playstation. Decorre o ano zero deste novo milénio e este bicharoco vem dar que falar na nossa querida consola. Sucesso ou fracasso? Será mais uma daquelas estratégias enganosas de marketing? Conseguiram fazer o jogo ao nível da série e banda desenhada?… hmmm parece bom demais, vamos lá ver isto melhor.

Se achava que começávamos o jogo enquanto Peter Parker, no seu modo “jovem estudante vítima de bulling… e de acne”, que é picado por um aranhiço radioactivo que fugiu de um circo (ah não, era um laboratório mesmo), engane-se, pois nesta história esses tempos já lá foram. Peter Parker já é casado com Mary Jane; James Brock (o rival fotógrafo do jornal) já incorpora a pele de Venom em part-time, bem… já perceberam a ideia, certo?
A linha de história neste jogo do Homem-Aranha é nova, e junta várias “celebridades” da Marvel num enredo diferente do que estamos habituados. Spider-Man é acusado de roubar uns engenhos da mais avançada tecnologia numa conferência dada pelo Dr. Octupos. E pronto Spider-Man passa a ser visto como o mau da fita, entre cidadãos e entre outros super heróis como The Punisher e Daredevil. Mas pode contar com a ajuda de Black Cat que acredita na sua inocência. Interessante? Nem imaginam o quanto, há muito mais do que isto! (Anti-Spoil)


Gráficos: Surpreendentemente bons! A Neversoft quis mostrar que faz mais do que jogos de skate, e realmente faz. Recriaram bastante bem as personagens da Marvel, que mais parece terem saído directamente da BD. Coloridos, definidos e sem polígonos a ressaltar dos fatos dos super-heróis. Os cenários totalmente em 3D também estão ao mesmo nível. As câmaras do jogo, regra geral, estão bastante funcionais acompanhando o nosso amigo Spider-Man em todos os momentos como por exemplo, enquanto ele baloiça pela cidade de Nova Iorque, quando persegue Venom nos esgotos, e até dentro de espaços mais pequenos, onde conseguimos ter sempre uma boa visão do que está a acontecer sem que as câmaras nos atrapalharem. Até quando rastejamos pelo tecto conseguimos ter uma perspectiva perfeita do que se passa lá em baixo. Mas, por vezes, pode ser um pouco frustrante falhar o alvo por causa da câmara. Não é regular mas por vezes podem haver situações em que câmara e controlos entram em conflito. Outro ponto positivo é o facto de existir sempre movimento por mais pequeno que seja. As personagens movem-se, respiram ou então se deixarmos o comando parado por 2 minutos Spider-Man pendura-se numa teia a assobiar enquanto espera pelo jogador. Esta interacção  existente do jogo para o jogador mantém o interesse do jogador elevado desde o primeiro ao ultimo nível.




Jogabilidade: Controlo total! A Neversoft não se limitou a fazer Peter Parker lançar umas teias ocasionais sobre os inimigos, conseguimos literalmente fazer tudo o que o Homem-Aranha consegue fazer… e até mais! Logo no primeiro nível conseguimos sentir a liberdade de explorar os arranha-céus de Manhattan baloiçando sobre as teias de Spider-Man, como se tivéssemos a voar, ou até fazer mira com a teia e passar de um prédio para o outro, para uma posição estratégica de modo a que os inimigos não detectem a nossa presença. Podemos atacar os adversários de variadas formas, ao murro e pontapé, enrolando-os com a teia como se fossem múmias, armar bombas de teias de forma a atingir vários inimigos, sei lá, é como quiserem a escolha é vossa. Existe bastante acção durante todo o jogo mas, de facto é bastante simples e não passa mais do que isso (o que não deixa de ser bom atenção). Alguns jogadores poderão se queixar pela falta de puzzles ou por estar demasiado “arcada”, mas Spider-Man resume-se a isso: acção e aventura em 3D e desses ingredientes não faltam. Os controlos também são bastante simples e o brilhante da Neversoft está aí. Apesar da enorme quantidade de movimento e liberdade de deslocação, os controlos são de fácil e rápida adaptação. Isto deve-se ás combinações de controlos, um pouco como num jogo de combate ou um bocado como fizeram em Tony Hawk. Ao longo do jogo existem alguns Power-Ups como armaduras e teias de fogo (eficazes contra os Symbiotes) além das cápsulas (sim, as teias não são infinitas!) e umas mosquinhas com molhinho e batatas fritas para o homem-aranha comer e ficar forte e saudável…bem, talvez não assim tão explícito.

Som: Estes produtores têm realmente de se dedicar a fazer este tipo de jogos também. Se não existem momentos aborrecidos no jogo é porque são tapados pelas falas de Peter Parker que nos orienta para onde temos de ir, ou diz uma piada qualquer sobre um cartaz de publicidade onde estejamos a passar, ou simplesmente diz para nos apressarmos caso tenhamos um tempo limite para completar o nível. Além das bastantes falas que existem ao longo do jogo a banda sonora é digna de um filme de acção de Van Damme com o tecno /drum’n’bass presente nas cenas de luta, que mudam de intensidade consoante os confrontos com os inimigos. Os bosses também interagem bastante com o Homem-Aranha mantendo sempre um diálogo com ele apagando qualquer vazio existente, por exemplo, como acontece noutros jogos do género. Os efeitos sonoros são como se fossem retirados das próprias bandas desenhadas (dito assim soa algo estranho), tentando reproduzir os sons das pancadas secas e do baloiçar das teias, ideia que já era descrita na BD.



Longevidade: A Historia é curta. Isto não quer dizer que o jogo seja. Existem 4 níveis de dificuldade em Spider-Man e em cada um a estrutura dos níveis altera-se de modo a tornar o jogo mais difícil de ultrapassar. Não se limitaram a retirar Power-Ups ou tornar os inimigos mais difíceis de derrotar, não… os labirintos ficam maiores, mas extensos e complicados e a luta com os bosses passa por mais fazes à medida que o nível de dificuldade aumenta
Há muito para desbloquear em Spider-Man! Existem vários fatos com diferentes características, há para descobrir cerca de 32 capas da BD (que será de muito agrado aos fans desta série da Marvel) e das vezes seguintes aparecem sequências de vídeo diferentes da 1ª vez que passamos a história. Ou seja, nunca será igual para o jogador voltar a jogar o modo historia pois terá sempre algo de novo ou diferente para jogar.

Além do modo história, no modo treinos podem fazer varias “missões” como sobreviver ao máximo de inimigos possível, ou derrotar um “X” números de inimigos num determinado tempo, ou também fazer corridas passando pelos obstáculos. Isto dará jeito se quer fazer passar o modo história na dificuldade máxima sem que lhe rebente uma veia no cérebro, além de que se for suficientemente teimoso poderá tentar bater recordes pessoais e concorrer aos jogos olímpicos dos fans de homem aranha… ou talvez não chegue a esse ponto.

Em resumo a Neversoft fez um excelente trabalho com Spider-Man e superou as expectativas. Normalmente este tipo de jogos de merchandising raramente passam de jogos razoáveis, e em geral são jogos maus dos quais nem nos devemos aproximar, coisa que não acontece em Spider-Man. Este é um jogo que nos proporciona bastante divertimento por várias horas, e que facilmente voltaremos a jogar. Isto acontece porque tem uma história credível e fiel á série apesar de ser um episódio novo, e alem disso tem muitos momentos de bom humor nos diálogos. Esse factor é dos mais importantes juntamente com a jogabilidade fluida. Todo o argumento do jogo foi muito bem produzido e pensado para várias faixas etárias, e não é em nada infantil em alguma maneira. Este é um jogo para fans da série e para fans de bons jogos. Aqui deixo a minha opinião:

Gráficos: 8.0 (suaves, coloridos e fieis á BD)

Jogabilidade: 9.0 (fenomenal, fluida com todos os poderes e mais alguns de Spider-Man)

Som: 9.0 (sentem-se, relaxem, e apreciem o filme… o jogo, quero eu dizer)

Longevidade: 7.0 (é bastante “rejogável” mas curto ainda assim, poderiam criar talvez mais opções de jogo)

Nota final: 8.5 (Spider-Man deixa muito boas impressões na playstation. Sem dúvida a melhor adaptação da Marvel de sempre até á data. Vai deixar fans e desconhecidos a chorar por mais)

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