Deixa-me lá ver se encontro...

25.4.11

Bugs Bunny: Lost In Time

Data de Lançamento: 15-6-1999
Género: Plataformas
Produtora: Behavior Interactive
Editora: Infogrames









1999: 4º ano de vida da nossa querida Playstation, ano em que surgem os primeiros rumores da próxima geração da nossa consola e ano explosivo em lançamentos… Não poderia haver melhor altura para Bugs Bunny se estrear na Sony a três dimensões. Ou poderia?
Bem, de facto a legião de fãs de Looney Toones já merecia um jogo como este. Eu incluo-me nesse grupo de fãs. O sucesso internacional de Bugs Bunny foi passado de geração em geração, de tal forma que coloca este coelho barulhento numa das figuras marcantes da história da animação.
Hmmm, So what’s up Doc? Bem, pois… Estou a desviar-me um bocado do jogo em si não é? Pois, sabem, é que Bugs Bunny: Lost in Time foi um golpe nas minhas expectativas. Mas não estou a dizer que o jogo seja mau…

Deixem-me explicar:


Gráficos: Looney Toones sem dúvida! A Behavior Interactive conseguiu transpor todo o conceito animado para o jogo, e não só pelas personagens. Os cenários, animações, movimentos e desenho foi todo transportado de modo a termos a sensação de estarmos a jogar num episódio de Bugs Bunny. Neste percurso dou ponto positivo á Behavior pelo excelente trabalho que fizeram.
 Tecnicamente é que falha. Isto porquê? Eu estou a falar com base numa ligação emocional que tenho relativamente à série Bugs Bunny, mas na verdade muita coisa poderia estar bem melhor. O aspecto poderia estar mais definido, mais pixelizado do que está. O desenho, apesar de fiel à série animada, está um pouco grosseiro, e não tão perceptível quanto isso. Talvez o tempo para trabalhar neste projecto fosse demasiado limitado, mas os gráficos são importantíssimos para o sucesso, principalmente nestes jogos de plataformas. Dou outro ponto positivo para as animações em redor do jogo: a forma sorrateira e atrapalhada como os inimigos caminham, Bugs sempre a trincar cenouras como quem fuma cigarros, bigornas a cair dos céus, ou em cima de nós ou sobre os nossos opositores (a escolha é sua).


Jogabilidade: Outra vez Looney Toones! Estamos mesmo dentro da série. E isso é óptimo, é definitivamente um jogo que conquistará os fãs destes desenhos animados! Pode-se dar pontapés no rabo dos outros? Yup! Pode-se caminhar sorrateiramente para não acordar quem dorme? Yup! Podemos usar dinamite? Yup (às vezes)! E enfiar o barrete também? Claro! Todos os movimentos foram meticulosamente escolhidos para dar ênfase à série. A caracterização está muito bem-feita, e por acréscimo vêm ainda mais variantes. Por exemplo, o botão R1 é o botão de acção que nos permite executar uma série de tarefas, como pegar em marretas, arrastar e pegar em objectos, carregar em botões, saltar para buracos no chão etc…
Além dos movimentos alguns níveis trazem algumas surpresas. Desde vários puzzles a momentos de destreza e divertidíssimos, como no nível de Yosemite Sam em que percorremos uma mina num carril sem parar. O pior é que os puzzles são repetitivos e esses momentos de raciocínio rápido são poucos e curtos. A Behavior deveria ter apostado mais nesse dado pois o jogo chega a um momento em que se torna muito monótono apesar da quantidade enorme de movimentos que bugs proporciona.


Som: Hhmmm mais ou menos. As vozes estão lá, a música tem tudo a ver com o jogo, efeitos sonoros são os indicados mas achei demasiado vazio, ainda assim. Um jogo destes deveria ter muito mais animação, Bugs Bunny é excentricidade e esse dado é não foi devidamente explorado. Poderiam ter feito frases para Bugs ir dizendo ao longo do jogo, ou mais interacção sonora com os inimigos, por exemplo, algo que trouxesse mais vivacidade ao jogo. Fora isso as vozes das personagens são fiéis à série, e os efeitos sonoros não poderiam estar melhor.


Longevidade: Lost in Time é grande. São cerca de 20 níveis, uns maiores que outros, e passam por várias épocas da história caracterizadas pelos protagonistas da série Bugs Bunny. Temos Elmer Fudd na era pré-histórica, Yosemite Sam na era dos piratas das Caraíbas, Witch Hazel na época medieval, Rocky & Mugsy entram nos Anos 30 e Marvin o Marciano na época futurista. Ora bem, apesar de cada nível ter um aspecto diferente do anterior, há-de chegar a um ponto que se torna cansativo e demasiado repetitivo. Isto acontece porque Bugs Bunny: Lost In Time não proporciona nenhum desafio. É um jogo demasiado fácil e com alguma falta de conteúdo, é mais do mesmo, e à medida que vamos jogando o interesse diminui. E a frustração poderá fazer com que nem joguem até ao fim. Por exemplo, ao longo do jogo vão ganhar uns add-ups onde poderão tomar novas acções e terão que voltar atrás para desbloquear novas áreas, mas quando descobrirem que isso nada de novo traz à dinâmica de jogo desistirão rapidamente. Poucos voltarão a jogá-lo, talvez rejoguem os primeiros níveis.


Para completar, Bugs Bunny: Lost In Time é um jogo razoável que peca (na minha opinião) por se dedicar a um público juvenil (dos 8 a 11 anos). E nesse sentido peca porquê? Bugs Bunny pertenceu à geração juvenil dos pais e até avós dos pequenos que pegaram neste jogo quando saiu para as lojas. Acho que podiam ter explorado o potencial desta imagem de marca, e fazer um jogo direccionado a uma faixa etária mais abrangente.
Lost In Time é um jogo com bons momentos mas mal aproveitado. Não diria que aperfeiçoado ficaria uma obra-prima na playstation, mas poderia ter deixado melhores referências.
Mas é sem dúvida alguma um jogo direccionado aos fãs de Bugs e da série Looney Tunes. Esses vão ter pelo menos compaixão ao jogar este jogo.

Gráficos: 6.0 (Fieis á série, suficientes, mas imperfeitos também)

Jogabilidade: 7.0 (Ideias boas, embora mal exploradas, repetitivas)

Som: 6.5 (Está o que é preciso… mas faltou ser trabalhado)


Longevidade: 6.5 ( É grande, mas cansa muito. Falta-lhe desafio)


Nota Final: 6.5 (No final Bugs Bunny: Lost In Time não deixa de ser um jogo razoável. Mas afastará qualquer jogador acima dos 15 anos. Uma pena visto que se trata de um produto com tanta força como Bugs Bunny. Ainda assim aos fãs aconselho que o experimentem.)

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