Deixa-me lá ver se encontro...

17.4.11

Tomb Raider IV: The Last Revelation

Data de Lançamento: 26/11/1999
Género: Acção/Aventura
Produtora: Core Desing
Editora: Eidos Interactive









O 4º capítulo da saga Tomb Raider chega às lojas numa altura em que a geração de consolas de 32 bits começa a entrar a todo-o-vapor devido ao aparecimento das consolas de nova geração de 128 bits. Começa uma nova fase na indústria dos videojogos e adivinha-se o fim da geração de 32 bits, mas calma… Lara ainda tem muito para dar aqui, pois este 4º episódio sofreu uma grande evolução, ou melhor dizendo, uma revolução em vez disso!

Na minha opinião Tomb Raider tem ficado melhor de jogo para jogo, e tem-se tornado cada vez mais completo e interessante de jogar. Mas verdade seja dita o jogo como este com vários capítulos tem de sofrer uma reviravolta senão, por muito bom que seja acaba por se tornar mais do mesmo. Foi o que aconteceu em “The Last Revelation”. Vou-vos explicar ponto por ponto:

Gráficos: Melhores sem dúvida, os senhores responsáveis pelo sector gráfico não se desleixam não senhor, e não satisfazem por bons, mas sim pelos melhores gráficos. Os cenários, as animações, os inimigos e os 40 minutos de cut-scenes e FMV levaram uma actualização de 5 estrelas! Pode-se dizer mesmo que são os melhores gráficos da PSX até ao momento. Mas não vamos ficar por aqui. Este é o Tomb Raider mais cinematográfico de sempre! Dito isto esperem entrar numa caverna e verem uma câmara a percorrer o cenário e mostrar toda a animação a volta funcionar por si, esperem ver Lara a rebentar com os inimigos numa panorâmica superior, e ver a Lara a mergulhar a pico e a câmara a afastar-se e mostrar a altura do salto de Lara. Esta câmara inteligente nunca teve tanta interacção em Tomb Raider e vai proporcionar ao jogador momentos de cortar a respiração, é pura liberdade visual, o verdadeiro espectáculo do cinema num videojogo.

Jogabilidade: Aqui ocorreram as maiores mudanças, e não pensem que são apenas alguns add-ups, houve mesmo uma alteração na jogabilidade do jogo. 1º, o menu já não é o mesmo, deixaram o “círculo de itens” e passaram a um slide onde disponibiliza um leque de objectos e armas. A mudança no aspecto do menu até que é agradável e condiz com o ambiente do jogo, mas o facto de misturarem itens, com munições e armas não foi muito bem pensada, pois chegamos a uma altura no jogo em que temos que passar por uns 10 objectos para chegarmos à arma que queríamos.

Já que falamos em armas, aqui aconteceu outra grande mudança, algumas armas foram retiradas do arsenal de Lara, mas em contrapartida passamos a ter um leque e munições maiores. Por exemplo: Na Shotgun podemos optar por cartuchos para disparos mais certeiros (alcance curto) ou cartuchos para disparos mais alargados. Na Besta temos setas normais, explosivas e envenenadas. O Lança-Granadas também tem várias munições. Isto altera completamente a forma como vamos abordar a acção do jogo (principalmente os jogadores que já vêm das séries anteriores) e torna até a acção bastante mais realista. Outro ponto a falar quanto às armas é um add-up bastante original, a determinada altura do jogo vamos poder combinar uma mira telescópica a um revolver ou à besta, isto vai servir de quebra-cabeças a vários puzzles e vai dar bastante jeito para eliminar inimigos a longa distância. A inteligência artificial destes também mudou. Deixou de existir pontos seguros em Tomb Raider. Quando um inimigo deixar de ter alcance para atacar Lara não fica à espera dela enquanto é furtivamente baleado, ele vai procura o seu ponto seguro e espera por uma oportunidade melhor para atacar. As personagens passam a reagir às acções de Lara durante os ataques. Como tem sido tradição, de jogo para jogo aparecem movimentos novos para Lara usar e abusar. Desta vez Lara consegue contornar cantos enquanto está a trepar por exemplo, podemos saltar e agarrarmos-nos a uma corda para baloiçar, e… este sim vale a pena! Lara agarra se ao poste, e trepa-os e desliza neles como se fosse uma bombeira! E a varões também, é loucura! Também dança neles! Meu Deus! Isso queriam vocês, não dança nada, mas estas novas habilidades vão trazer novos puzzles e muito mais liberdade na exploração dos cenários.



Falando em puzzles, essa foi outra excelente mudança em TLR. Até ao 3 episódio havia um certo desgaste na imaginação dos desafios para quem já jogou todos os TR até agora. Fiquei bastante impressionado porque não encontrar aqui nada de igual. Não há as típicas movimentações de blocos, as escadarias escondidas, accionar a alavanca para abrir a passagem da outra ponta do nível que já nem nos lembrávamos, isso extinguiu-se. Ao invés tempos enigmas inteligentes, uma espécie de damas, “n” funcionalidade que temos que, 1º entender para depois conseguirmos resolver. Há também um enorme leque de combinações de itens que vão ser feitas ao longo do jogo. Por exemplo, a determinada altura combinamos um cabo de madeira a uma placa de metal para fazer uma pá improvisada para desenterrar algo, e também vamos ferramentas que apanhamos ao longo do jogo que nos ajuda a accionar mecanismos, a abrir portas etc. É tudo bem mais lógico e explícito, basta pensarmos um pouco. Essa mudança leva o jogador experiente a abordar o jogo de uma forma completamente diferente de antes, o que torna o jogo como se fosse um novo, não repetindo o “mais do mesmo”.

Som: Desta vez a Core-Design apostou forte no som. A banda sonora está quase sempre presente e anda de mãos dadas com a acção presente, é como estarmos a jogar um filme de aventura. Conseguiram fazer muito melhor que TR3, finalmente perceberam a importância este dado. O responsável pelo som fez um óptimo trabalho, trouxe suspense, entusiasmo, energia ao desenrolar do jogo, nada assim tinha sido feito em Tomb Raider. Eu deixo apenas uma nota nas Cut-Scenes. As vozes estão bastante vazias, não encaixam bem com a cena, nota-se bastante que os actores estão a ler as frases em vez dar voz á acção.

Longevidade: Em The Last Revelation vão ter cerca de 39 níveis. É verdade 39, mas não se assustem que não são níveis como nos TR anteriores. Até aqui houve mudanças, incrível não é? Desta vez vamos jogar num único sítio que tem como cenário o Egipto (à excepção do 1º nível que é no Cambodja). Os níveis são continuados ao contrário dos outros TR que cada nível era um nível, mas aqui temos uma sequência mais realista. Podemos voltar atrás se quisermos no mesmo local. Até quando existe no desenrolar da história uma mudança, existe um nível a fazer essa passagem, e podemos ver isso no nível da viagem férrea para Alexandria. Os criadores de Tomb Raider conseguiram o feito de fazer isto sem sequer dar hipótese de o jogador se cansar de estar no mesmo sítio, isto devido ao cenários mais pequenos (pequenos quando ao espaço jogável) e não confusos. Além disso temos várias situações e completo êxtase, em que sem querer accionamos uma armadilha, e quando o nosso 1º instinto é fugir o correcto é saltarmos e agarrarmos-nos às fissuras que estão no tecto…inteligente hãn?

Em resumo, Tomb Raider 4: The Last Revelation revoluciona o seu próprio estilo de jogo, Lara está fenomenal, conseguiram criar o brilho de um filme de Indiana Jones onde o Harrison Ford é uma mulher de enormes atributos (pelas razoes óbvias eehheheh!) mas em forma de jogo. Está simplesmente genial, até a forma como construíram um nível tutorial (já deixou de existir a casa de Lara e o mordomo à prova de balas) onde retratam uma expedição de Lara com o seu mestre quando ela tinha os seus 16 anos, ele ensina os movimentos todos que precisam de saber para o resto do jogo. Bastante acessível para quem nunca jogou e completamente novo para que joga desde o 1º. Sem dúvida e de longe o melhor Tomb Raider.

Graficos: 10 (……eishshhhhhhhhhhhhh………………………………….)

Jogabilidade: 10 (…..iiiiihhhhhhhh……….aafffffffff………)

Som: 9.0 (……………pffffffffff……………………………)

Longevidade: 9.5 (mais ou menos 20 horas de wwwuuaaaaaahhhhh…………)


Nota Final: 9.8 (Não é só o melhor Tomb Raider de todos, entra sem dúvida, pelo menos no top 10 desta consola, leiam a review, joguem o jogo, e depois percebem o que digo)



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