Deixa-me lá ver se encontro...

4.7.11

Tekken

Data De Lançamento: 1/11/1995
Género: Luta
Produtora: Namco
Editora: Namco












Até ao ano de 1995, antes da entrada das consolas da geração 32 bits, não era possível jogar em casa (através do conforto de uma consola) os jogos de arcada mais recentes, nomeadamente os em 3D. Isso alterou-se com a chegada da Sega Saturn e Sony PlayStation. E veio com mais uma adicionante: A competição entre consolas no ramo da arcada. Se a Sega Saturn tinha Virtua Cop, a Namco trazia para a PSX, Time Crisis. Se a PlayStation aparecia com Ridge Racer (da Namco também) a Saturn ripostava com Sega Rally. O mesmo aconteceu com Virtua Fighter que teve como arqui-inimigo o jogo em análise – Tekken.

Tekken foi nada mais, nada menos do que o 5 jogo a ser editado para a Playstation na Europa, aparecendo no mercado nos primórdios da consola. Hoje em dia há quem considere a série Tekken, os melhores jogos de luta de sempre.
Será que este 1º título da série merece essa condecoração? Que terá Tekken para ser assim tão especial dos outros jogos de luta?

Bem começando pela história resumidamente é isto: Heihachi Mishima é um milionário poderoso (dono de uma multinacional denominada por Mishima Zaibatsu)que lança um torneio de luta com um prémio de um bilião de dólares, tendo finalista o desafio de vencer o poderoso Heihachi. No meio dos 8 concorrentes há um que tem outras intenções além do premio chorudo. Esse homem é o seu próprio filho, Kazuya Mishima, que pretende uma vingança mortal do pai por este o ter atirado de um penhasco quando era pequeno. Kazuya fez um pacto com o demónio, jurando a alma do pai se o demónio o salvasse. 21 Anos depois dá-se o torneio Tekken: The King Of Iron Fist (Em Japonês, Tekken é punho de ferro)
Isto até promete mesmo hein?

Gráficos: A novidade. Para os mais jovens hoje em dia, poderá ser difícil perceber o que tinham de especial estes gráficos. Hoje em dia são horríveis, imperceptíveis, com fortes possibilidades de causar pesadelos durante a noite (principalmente com o Yoshimitsu), mas há que ver que na altura eram novidade. Esta foi a 1ª forma de gráficos em 3 dimensões, foi aqui que se iniciou a era do 3D. Portanto as pessoas deliraram, foi o topo de gama. E após uma retrospectiva, e algumas horas de Tekken, é possível conseguir perceber a ciência por detrás destes gráficos e ver o jogo de outra forma. De facto, até da para perceber um dos segredos que levou Tekken ao patamar de hoje em dia. Antes que fiquem confusos, presos no vosso subconsciente, estou a falar-vos das animações em Tekken. As animações são a base deste jogo. A forma como as personagens se mexem, como executam os movimentos está genial. Parecem pessoas reais a combaterem, e a fim de algum tempo, os polígonos grosseiros que detectámos de início acabam por desvanecer dando espaço ao prazer de Tekken. Isto acontece também graças a pequenas animações nos golpes mais fortes de cada personagem, que emitem uma luz/efeito personalizado a cada lutador
Os vídeos no final de cada personagem foi outro grande trunfo de Tekken. Se o 3D era novidade e as pessoas o queriam intensamente, então vamos oferece-lo como recompensa por terem terminado o Arcade Mode. E quem jogou Tekken sabe do que falo… o prazer em ver uma nova sequência de filme (da Nina Williams por exemplo, eheh) era inigualável e único. Os menus são o ponto mais fraco no grafismo de Tekken. Semelhante a um menu de um computador, bastante vazios e pouco apelativos. Foi uma transição pobre das máquinas de arcada, que merecia mais destaque na apresentação.
Se as personagens em 3D deslumbravam, nos olhos gulosos dos adolescentes e jovens dessa era, os cenários nem por isso. Tinham um aspecto ainda um pouco 2D, e com bastantes cores primárias, raramente realçando pormenores de ambiente. Apenas se safava as animações de alguns cenários (como a neve a cair em King’s Island) ou o ambiente tropical das Ilhas Fiji. Mesmo assim, os cenários ganham pontos por serem bastante diferentes uns dos outros, apesar da sua simplicidade, e por mencionar locais reais do Globo, que eventualmente criaria certos laços da parte de alguns jogadores, por serem dessa zona ou já lá terem estado.



Jogabilidade: Foi neste parâmetro onde Tekken levou os jogos de Luta para outro patamar. Apesar do grafismo em 3D, mantiveram a jogabilidade em formato 2D. Mas se acham que será algo semelhante a Street Fighter ou Mortal Kombat, será o mesmo que achar que Portugal é uma província de Espanha (Oh my gosh! That place is another country? You’re serious? I’m so american…). Os comandos não diferem muito: Quadrado e Triângulo para soco médio e alto, e X e Circulo para pontapé médio e alto respectivamente. A partir daí juntamente com os botões direccionais podem executar dezenas de movimentos e “combos” (combinações para os mais… distraídos vá) por personagem. “E então Mike, isso nunca foi feito antes?” – Já, mas não como em Tekken. Cada personagem tem o seu estilo de luta diferente, baseando-se nas artes marciais de TODO o mundo, desde o Kung-fu ao Karaté, passando pelo Jiu-Jitsu e pelo Wrestling. Cada personagem tem o seu estilo de combate e a sua forma de jogar é completamente diferente das outras personagens, podendo assim agradar a gregos e a troianos. O género de combos e a forma de executar truques até podem não divergir muito, mas a resposta a esses comandos será diversa dependendo da personagem que escolham. Esta é a base revolucionária que Tekken introduziu no género Beat’em’Up (Luta em português)
Além do estilo de luta que cada personagem desempenha, existe outra particularidade nova singular que as distingue. Existe um movimento básico em Tekken designado por “agarramentos” (executa-se se carregarem Quadrado + X, ou Triângulo + Círculo) que vai desencadear uma animação de um golpe que consiste em aplicar uma “chave” ao adversário. Este pormenor mínimo, foi uma novidade que ajudou Tekken a ser diferente dos outros jogos de Luta, pois tal como no estilo de combate, cada golpe destes difere de personagem para personagem, fazendo com que o jogador se personalize ainda mais num lutador, atribuindo favoritismos a certas personagens. E o melhor é que há gostos para todos os géneros… e se pensam que no modo VS isto facilitará a vida aos oponentes enganem-se, existem formas de não serem apanhados, prevendo o ataque do adversário.

Som: Esta secção tem momentos bons (quer dizer, mais ou menos) e momentos maus. Porquê? Se por um lado as lutas acabam por ter um ambiente mais propício ao cenário em si, com músicas bastante variadas (umas melhores outra piores), por outro os menus são aborrecidos, com pouca ou nenhuma dinâmica e aquela faixa no final de cada Ending Video é sempre a mesma. Não houve grande atenção por parte da Namco neste parâmetro. Isto nas máquinas de arcada não seria problema por ser focado apenas nos combates, agora nas consolas funciona de uma forma diferente. Este desleixo despontêncializa em força o impacto inicial do jogador mais atento e exigente, e sendo bem executado cria uma dinâmica, ainda mais forte com o jogo, algo que poderia ter acontecido com Tekken. Esta, é para mim uma das maiores falhas da Namco ao produzir Tekken.
Apesar disso ainda nos consegue compensar com os efeitos sonoros de dar (ou levar) uma tareia à antiga, com socos e pontapés de outro mundo… e os típicos gritos à karáteca.

Longevidade: Relativamente curto em modo single player, mas enorme com o 2P Battle Mode. Bem, começando no single player, existem de início 8 personagens jogáveis á escolha. À medida que vamos completando o Arcade Mode de cada personagem vamos desbloqueando outros lutadores, até ao total de 18 disponíveis. Se o arcade mode vos parecer fácil demais, é porque se esqueceram de aumentar o nível de dificuldade que vai do Easy ao Ultra Hard (com 5 níveis de dificuldade) sendo este ultimo (diga-se de passagem) mesmo MUITO difícil.
Mas Tekken torna-se um jogo extremamente grande e durador por outros motivos. Além de ser desafiante e ao mesmo tempo agarrar o jogador, por ser fácil ir desvendando novos golpes, no modo 2P Battle (ou Versus Mode se entenderem melhor assim) ainda é possível melhorarmos mais a nossa performance. Isto porquê? 1º pela interacção que temos ao jogarmos com os nossos amigos. É bastante mais divertido jogarmos acompanhados do que sozinhos (tipo, claro dah!). Depois por não existir o factor pressão que nos deixa à vontade para explorarmos as capacidades de cada lutador. E 3º, com sorte ainda podemos contar com algo tão bom como nós em Tekken que nos permita competir mutuamente. Assim, Tekken torna-se quase inesgotável no 2P Battle Mode.


Basicamente, dito isto tudo, penso que é justo dizer que Tekken revoluciona os jogos de luta a partir do seu lançamento. Tanto pelo 3D, como pelo realismo, simplicidade e inteligência como os comandos foram feitos. No início do jogo ainda nos é possível jogar um pouco do clássico da Namco - Gálaga, enquanto Tekken faz o loading de entrada.
A novidade deste lançamento fez furor tal, que foi o 1º jogo da PSX a vender mais de um milhão de cópias!
Apesar disto, Tekken não foi o jogo perfeito. A adaptação da arcada para jogo de consola foi muito directa, faltando elementos de enfeite no jogo. Em single player Tekken é um jogo com poucas opções que limita o jogador até certo ponto. Em modo Easy é fácil conseguir todas as personagens numa tarde, e na versão europeia o jogo é um pouco mais lento. As personagens desbloquáveis não têm qualquer tipo de vídeo final indo directamente para os créditos e a história é pouco perceptível. Só é fácil de entender os vídeos ser lermos o livrete que vem com o jogo, que conta um pouco sobre a história e motivos de cada personagem entrar no torneio.
Mas isto são pormenores que não estragam de todo o aclamado “melhor jogo de Luta até á data (1995)”



Tambores por favor:

Gráficos: 8.0 (Os melhores gráficos em luta 3D, são apenas mesquices que não lhe dão o 10)

Jogabilidade: 9.5 (Esqueça as aulas de Karaté, jogue intensivamente com Paul Phoenix)

Som: 6.0 (Não que seja mau, apenas não tem a excelência que tem o resto do jogo)

Longevidade: 8.5 (Aceitável no single player, eterno para 2 jogadores)


Nota Final: 8.5 (Tekken foi lançado em 1995, e não pode ser avaliado como um jogo mais recente que isso. E preciso o este jogo foi na altura em que saiu, pois teve um peso enorme na forma de jogar nos dias de hoje e o sucesso dele comprova-o. Se não conseguirem considerar esse aspecto ao jogá-lo podem baixar 3 ou 4 valores à nota. Mas para mim é um “must”)

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