Deixa-me lá ver se encontro...

6.5.12

Blood Omen: Legacy of Kain

Data de Lançamento: 14/11/1996
Género: RPG
Produtora: Silicon Knights
Editora: SCEE





Ora aqui está uma pérola rara. Este jogo pouco conhecido do grande público da Playstation fez algum furor na sua versão de PC, que justificou a sua adaptação para a consola da Sony.
Blood Omen: Legacy Of Kain é um RPG de acção, que contrario do RPG táctico (como Final Fantasy VII) consiste mais na destreza do que na estratégia, apesar de ter presente ambas as característica.
Neste jogo incorporamos Kain, um membro da nobreza que é assassinado sem causa aparente, e que tem a oportunidade de reencarnar como vampiro e assim conseguir a vingança sobre aqueles que o mataram, mas felizmente para nós, a trama de Kain vai muito mais além da sua vingança.
Quando peguei neste jogo desconhecia muito daquilo que ele era, e posso dizer que os 1º minutos me cativaram bastante apesar de alguns contras que fui encontrando. Mas não há nada como um vampiro porco mau e feio para me tirar da cabeça a ideia errada de vampiro angelical da saga Crepúsculo


Vamos então à análise:

Gráficos: Antes demais temos de nos relembrar que este jogo é de 1996, mas ainda assim a apresentação de Blood Omen ainda fica aquém do aceitável para uma consola de 32 Bits. Os gráficos são de um 2D ainda muito clássico. Ficariam bem com certeza numa Megadrive ou SNES, mas tirando a excepção de algumas animações e das cenas cinematográficas, graficamente este jogo é pobre. E reparem, eu digo pobre e não maus, porque com alguma melhorias e mais trabalho o grafismo poderia ficar bastante agradável, até porque o ambiente e a atmosfera acho que estão bem recriados. Existem boas ideias em Legacy Of Kain.
Apesar do grafismo praticamente em 2D, foram incluídos alguns efeitos em 3D, como animações e feitiços. Isto ajuda um pouco a melhorar a experiência de jogo, tal como os efeitos de luz nas cavernas e durante a noite. Aquilo que quase poderia parecer um fracasso é salvo por pequenos pormenores como estes que dão outra vivacidade à apresentação do jogo.
As sequências cinematográficas são relativamente boas para a altura em que foram feitas, e são um boost para este jogo por serem bastantes!

Jogabilidade: No inicio não há muito que fazer senão esquartejar pessoas e sugar o sangue delas para repor a energia. Mas só o facto de podermos encarnar sob forma de um vampiro dessa maneira, a 1ª hora de jogo já está ganha! Mas o melhor ainda está para vir. Ao longo do jogo vamos encontrar várias magias e novos objectos que nos irão dar bastante jeito no nosso percurso pelo jogo. Uns são mais apetecíveis que outros, mas todos vão ter a sua utilidade! Após adquirimos cada magia seremos posto à prova com a utilização da mesma. Isto de certeza forma é uma maneira inteligente de executar um tutorial  De todos os jogos que já joguei, este foi aquele que apresentou os tutoriais menos aborrecidos, e mais práticos, demonstrando as situações de jogo onde teremos que utilizar as ferramentas adquiridas.
Mas o que mais me cativou e achei mais interessante foram as transformações de Kain. Durante o jogo vamos poder alterar a nossa forma para mais 4 estados – lobisomem, humano, morcego, e vapor. Cada uma destas transformações terá funções muito especificas e sem ela será completamente impossível avançar no jogo. Mas a forma como isso tudo é abordado pelo o jogo está genial. Se nos transformar-mos em humano podemos comunicar com os aldeões, obtendo dessa forma informações importantes sobre segredos, caminhos e evitamos confrontos desnecessários. Quando mais útil for a transformação no jogo, mais mana (a energia definida para a magia) ela gastará pelo tempo de sua utilização. As armaduras e armas apesar de não serem muitas cada uma também tem uma utilidade única, fazendo com que sejam sempre necessárias e não dispensáveis até ao final do jogo.

Som: Além do aspecto gráfico, a qualidade sonora fica um pouco aquém do desejável. Apesar de simpatizar com Kain por ele dizer constantemente “BEN-FICA” (que se traduz na realidade em algo como “Hail Victory” acho eu… Não? Então não faço ideia...) as vozes foram muito mal gravadas, sobrepondo-se demasiado ao barulho de fundo, e o voice acting ser muito mau, com expressões vocais monocórdicas e desastrosas. O que salva Blood Omen de um desastre sonoro são as musicas que nos acompanham durante todo o jogo. Não são de uma composição fenomenal nem nada que se pareça, mas dão bastante força à atmosfera medieval que se vive em Blood Omen: Legacy of Kain. Ainda é um ponto positivo a realçar pois essa atmosfera é um dos pontos mais característicos deste jogo.

Longevidade: Blood Omen ao contrário de muitos jogos não é composto por níveis. Toda a trama de Blood Omen passa-se num reino Nosgoth, e este é o mundo que temos a nossa disposição para explorar… e é bastante grande diga-se de passagem! Composto por várias grutas, aldeias, vilas e edifícios  devemos demorar perto de duas horas só para percorrer de uma ponta a outra, sem explorar os vários caminhos secreto e alternativos. Isto só para terem uma ideia da grandeza de Blood Omen: Legacy of Kain. O melhor de tudo é que não é chato, bem pelo contrário. Torna-se bastante entusiasmante sempre que encontramos uma nova área com novos itens e novos inimigos. Cada área em Nosgoth tem elementos sempre diferentes das anteriores.
Apesar disso Blood Omen não é um jogo difícil se tivermos atenção e usarmos de forma inteligente os feitiços e armas que temos à disposição  Só mais para o final do jogo é que começa a ficar complicado, com bosses que parecem impossíveis de vencer. Mas existem vários save points espalhados pelo jogo, principalmente nas partes mais criticas onde pudemos perder.


Portanto Blood Omen é composto muitos prós e contras. Mas na minha opinião os prós conseguem superiorizar em muitos os contras, que passam pelo aspecto gráfico e sonoro  É verdade que é sempre importante para um jogo, o aspecto dele, mas a inteligência e versatilidade do modo de jogo ganham muitos pontos aqui. Além do mais, este episódio de Legacy Of Kain é feito de inúmeros pormenores que vão impressionar os jogadores mais exigentes. Existe um relógio que marca os dias e as noites e até as luas, que vai ter influência para a obtenção de determinados segredos, a fome de Kain é constante, e mesmo que não sofra dano, Kain precisa de se alimentar.. a água é acida para os vampiros, portanto elementos como a chuva e a neve causaram danos ao próprio Kain, etc… muitas acção vão ser determinadas por pormenores de jogo e essa complexidade de jogo não é comum de ser ver.

Por isso o meu veredicto é este:

Gráficos: 6.0 (Muito pobres, quase parecem pré-feitos. Apesar de nada de grave a apontar são ainda muito básicos)

Jogabilidade: 8.5 (Complexa, inteligente e original, razão que deveria ter tornado este jogo mais bem sucedido)

Som: 5.0 (Muito aquém do aceitável  vozes gravadas com má qualidade. Só a musica ambiente salva-o da penúria)

Longevidade: 8.0 (Grande, acessível e com uma trama ao estilo de JJ Tolkien que intrigará quem pegar no jogo)

Nota final: 7.3 ( É um jogo muito característico  que ou se adora ou se odeia, mas em termos de jogo é como disse no início uma pérola rara, leva esta nota apenas pelo desleixo ou falta de meios na execução gráfica e sonora  porque pelo resto merecia um 8 ou 9)


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