Deixa-me lá ver se encontro...

28.9.13

Broken Sword: Shadow Of The Templars

Data de Lançamento: 02/12/1996
Género: Aventura
Produtora: Revolution Software
Editora: Sony









Mais um point’n’click, wuuhuuuu! Mais umas boas horas de exercícios mentais, tentando seguir lógicas distorcidas, encontrando pistas e desbloqueando acessos partir de hipóteses inimagináveis! Mais uma aventura na pele de um feiticeiro com nome esquisito, a viajar na carapaça de uma tartaruga de proporções titânicas que se desloca pelo espaço. MAIS UMA VEZ IREI SENTIR-ME BURRO E INÚTIL POR NÃO SABER QUE UM ESPELHO NO TOPO DE UM TELHADO É A SOLUÇÃO PARA ATRAIR UM DRAGÃO QUE COME PESSOAS!! BUUUÁÁÁhhh *choro* (Andros: Calma Mike isto não tem nada a haver com Discworld.. Tadinho do rapaz ainda não recuperou do trauma)..

Sim! Tenho uma relação amor-ódio com a maioria dos point’n’clicks e Discworld tocou em ambas as partes, fazendo me ter momentos de pura alegria e satisfação como também quase me fez rebentar com uma veia do cérebro. Quando peguei em Broken Sword já estava psicologicamente preparado para este misto de emoções, mas rapidamente percebi que este era um jogo bastante diferente de Discworld. O sentido de humor mantém-se mas é mais americano, mas as pista e mecânicas do jogo são muito mais racionais, seguindo uma lógica com sentido prático e realista (não desfazendo totalmente Discworld que apenas tem um estilo muito, ahmm, digamos... pelicular)

Em Broken Sword: Shadow Of The Templars vestimos a pele de um individuo chamado George Stobbart que passava umas férias tranquilas na cidade de Paris. Enquanto bebe o seu café numa esplanada pacata um sujeito vestido de palhaço deixa um objecto armadilhado que explode no café matando uma pessoa lá dentro. Ao mesmo tempo surge Nico, uma jornalista freelancer que procura a oportunidade perfeita de se lançar no mercado, e que tinha uma reunião marcada com o homem morto. A partir daqui os dois dão início a uma investigação conjunta com o objectivo de (Nico: conseguir a reportagem que lhe pode dar um emprego.  E Stobbart: conseguir saltar para cima da repórter! Não, não estou a brincar!) descobrir a razão daquele ataque.
De início não é difícil descobrirmos quais os passos a tomar para irmos prosseguindo no jogo, mas após algum tempo começamos a ficar emperrados e a ter que rever alguns passos até conseguirmos encontrar a solução. É natural acontecer isso e é esse o objectivo de uma aventura point’n’click. A coisa boa é que basta explorar bem os cenários e perceber o que as pessoas nos têm a dizer acercar dos vários tópicos que surgem. Outra ferramenta que dá bastante jeito é a observação (Uau Mike, fantástico! Muito bem… observado! Pfff). Se em vez de carregarmos “X” nos objectos ou pessoas carregarmos “Círculo”, Stobbart irá fazer uma nota mental relacionado com o que estamos a seleccionar. Isto pode permitir que se chegue a determinadas conclusões antes de sequer abordarmos seja o que for (Aahhhh esse tipo de observação..eerhh “cooof-cof” epáh desculpa lá Mike pensava que era..ermm tás a ver? Tipo, nós.. vermos as cenas.. e.. prontos..tipo, yah! Tasse bem!). Portanto sempre que entramos em cenários novos convém fazer isto a tudo e percebermos o que podemos tirar dali. Este também é um jogo em que dará jeito tirarmos umas notas para nós, para não nos perdermos no raciocínio da investigação! Por falar em perder, um ponto positivo é a possibilidade de podermos guardar o jogo em qualquer altura do jogo mantendo na mesma os itens adquiridos até à altura. Este é um acto que aconselho-o a fazer com alguma regularidade pois existem determinadas situações em que teremos de ser rápidos na acção e no pensamento pois poderá significar o Game Over! Sim uma aventura point’n’click com Game Over’s.. (oh por favor, no que é que o mundo se tornou!?!)

Graficamente o jogo é suficiente, mas alguma animações poderiam estar melhores, um pouco mais coordenadas ou mais fluídas. Por vezes existe aquela sensação de vermos um filme dobrado em que a boca ainda mexe depois da fala. Aqui acontece isso com os movimentos. Contrabalançando esse defeito, as cores e os ambientes do jogos estão bons. Desenhos alegres e divertidos, que quase parecem saídos de uma banda desenhada cartoonesca.  Os cenários são das características mais importantes do jogo onde teremos de os explorar com muito cuidado de forma a não escapar nada ao nosso ponteiro. Mas é precisamente nisso em que Broken Sword falha gravemente. Por vezes passamos com  o ponteiro numa zona de acção, mas em algumas situações é difícil conseguir executar essa tarefa. O problema deve-se às diferenças de pixelização dos sistemas para onde Broken Sword foi concebido  o que levou a erros em determinadas fazes do jogo. No meu caso isso aconteceu numa altura crítica em que tinha um tempo limitado para conseguir executar a acção.. (Bem ditos savestates do emulador!). De notar também, são as cutscenes que são uma mistura de animações 3D com 2D muito engraçadas que sobem alguns pontos a artwork do jogo.

Defeitos aparte, o voice acting está espectacular! A qualidade de som não é a melhor mesmo para os parâmetros de 1996, mas honestamente não tenho nada de grave a dizer. Bom mesmo é todo o voice acting das personagens.  Há medida que vamos avançando no jogo passamos por vários países como a Síria, Espanha, França ou Irlanda e a Revolution fez menção de conseguir captar na perfeição o sotaque e as várias características da cultura destes países, dando-lhe é claro o toque e humor que se vai tornando característico em Broken Sword. Este humor passa muito pelas personagens que nos passam pela frente. Cada uma tem uma história pessoal, e cada uma tem características muito próprias digna de várias personagens de filmes ou livros, e sem dúvida algumas personagens irão ficar marcadas em cada um de nós. E nisto são quase tão bons como Discworld (o duede Casanunda ainda está na minha memória)! Engraçado também, foi reparar que toda a gente fala inglês fluentemente bem, independentemente da zona do globo de onde vêm. Portanto se não percebem patavina de inglês ou começam a aprender (isto é um óptimo treino para desenvolver vocabulário inglês) ou então não jogam. Optem pela primeira hipótese.



Bem, pouco mais há a dizer sobre este jogo que é uma experiente mais do que agradável e desafiante. Broken Sword: The Shadow Of The Templars tem tudo o que uma aventura point’n’click deve ter: Desafio, Carisma, e Sentido de Humor. É uma mistura entre Dan Brown e Tin-Tin (Andros: Hey!! Essa frase é minha… E TENHO DIREITOS SOBRE ELA!!! Where's my shotgun?..)  que aconselho vivamente toda a gente a experimentar!

Gráficos: 7.0 (Bons o suficiente para cativar o jogador, mas a artwork é o que dá mais brilho ao jogo)

Jogabilidade: 7.5 (As falhas gráficas acabam por ser a macha de tinta num quadro de Da Vinci)

Som: 9.0 (O voice acting está do melhor, com um grande trabalho no discurso e na personificação de todos os intervenientes.)

Longevidade: 7.0 (É um jogo grande, de jogar-se apenas uma vez.. mas vão sentir pena quando o acabarem.)



Nota Final: 7.8 ( Broken Sword: The Shadow Of The Templars é um grande jogo marcado pelas suas falhas. A experiência de jogá-lo foi sem dúvida revitalizante e deixo a recomendação para quem gosta e que nunca jogou aventuras point’n’click como esta!)


2 comments:

  1. Discordo do "jogar-se apenas uma vez". Este jogo é bom demais para ser jogado apenas uma só vez.

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  2. Não sou muito do tipo de repetir jogos point'n'click! =P Ficam me bem gravados na memória por norma =)... mas sim é bom demais! ;)

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