Deixa-me lá ver se encontro...

8.8.11

Discworld II: Missing Presumed

Data de Lançamento: 27/07/1997
Género: Aventura
Produtora: Perfect Entertainment
Editora: Psygnosis









Ihhh outro Discworld? Mas o 1º já não foi mau o suficiente? Mas para quê fazerem outro!?... Bem, meia hora sem saber o que fazer e lá vou eu ter que ir buscar o guia…

Isto foi o que eu pensei quando retirei o papelinho da carlota e me saiu Discworld II. Mas acontece que, o que parecia uma experiência mal empregue se transformou numa surpresa agradável. Parece que a Perfect Entertainment (a antiga Perfect 10 Productions) teve uma epifania e alterou um pouco o mundo de Discworld. “Um pouco” talvez seja modéstia da minha parte…

Assim que começa o vídeo de introdução, apercebo-me logo que houve uma melhoria gráfica (2 anos depois, seria óbvio claro), e a incorrigível voz de Eric Idle da comédia Monty Pyton mantém-se. Aqui pelo menos já mantêm um ponto ou dois.
Mas desta vez o argumento começa pelo desaparecimento súbito da Morte. As pessoas em Discworld não conseguiam “morrer” decentemente porque a Morte não as ia buscar, então, a pouco-e-pouco, a cidade de Ank-Morph ia ficando cheia de pessoas em estado zombie, transformando-se em Racoon City… ou algo do género. Sendo assim, o nosso personagem principal, Rincewind tem incumbida a tarefa de encontrar a Morte e restaurar o ciclo natural da Vida em Discworld. Para mais informações, continuem a ler o resto da análise:

Gráficos: É verdade, já disse que estavam melhores mas… continuam mesmo melhores. Os desenhos das personagens, e cenários estão bem mais detalhados, e já não têm o aspecto de 16 bits como no 1º Discworld. Além disso houve uma reestruturação de todas as paisagens. O mapa está muito melhor! Desapareceu a vista a partir de cima, e agora acedemos aos locais a partir de uma visão panorâmica da cidade, como se tivéssemos num miradouro. Mas não ficamos por aqui. As animações também sofreram melhorias significantes, e existem mais cutscenes durante todo o jogo, o que dá mais força ao factor entretenimento. Continuando nas melhorias gráficas, outra diferença que encontrei relativamente ao 1º jogo, foi de que existe mais variedade paisagística em Discworld. O jogo já não se centra principalmente em Ank-Morph e também já não existem tantos cenários interiores, ou seja, a acção do jogo centra-se mais no exterior (nas ruas, pátios, etc…) e também fora da cidade principal. E pegando nisso, a Perfect Entertainment apostou (e muito bem) na diversificação de cenários e ambientes, trazendo uma bolsa de ar fresco ao jogo (principalmente a um jogo deste género).
Em consequência disto o jogo ficou mais pesado, dando origem a vários slow downs gráficos, além de também ter achado o ponteiro do jogo lento demais.

Jogabilidade: Para quem ainda não sabe, Discworld II: Missing Presumed, é um jogo de aventura “point’n’click”, com comando extremamente básicos: um botão para o menu, outro para caminhar e outro para desempenhar acções variadas (pegar objectos, iniciar diálogos). E nestes casos a performance do jogo depende da lógica dos desafios, e da quantidade de opções existentes para resolvê-los. E neste caso, Discworld II consegue proporcionar uma boa experiência. Existem bastantes itens ao longo do jogo que nos farão fabricar variadas soluções para os problemas, e com alguma lógica e sentido de humor


chegaremos lá… mas antes temos que ouvir bem o que as pessoas têm para nos dizer, de modo a encontrar pistas. Uma crítica forte que fiz ao 1º Discworld, foi ao facto de ser estupidamente difícil e sem sentido. Aqui irão aparecer alturas em que podem acontecer situações semelhantes, mas as soluções exageradamente ilógicas desapareceram do mapa, e basta analisar com atenção todos o itens e cenários a procura de algo que nos possa ser útil. Ainda assim é necessário ter muito diálogos exaustivos e absorver demasiada informação desnecessária para conseguir ultrapassar algumas quests.

Som: Absolutamente carismático. É aqui onde se encontra a base deste jogo, e transformaram-no em magia. Além de já terem um voice acting de luxo, a caracterização proveniente dos livros de Terry Pratchett está excelente. Existem algumas performances secundárias que sobressaem do jogo como o duende Casanunda (a personagem mais engraçada de sempre). A evolução dos jogos fez com que o som das vozes saísse mais limpo e mais perceptível, e D2: Missing Presumed aproveitou essas capacidades ao máximo, tirando um proveito espectacular dos actores que deram voz ás personagens. Também achei o sentido de humor ainda mais apurado e original, e há bastantes mais diálogos de qualidade. Ainda assim alguns também são bastante massudos, mas não creio que estrague por completo o trabalho executado nesta secção. Numa palavra – Brutal!

Longevidade: Se Discworld I era grande, Discworld II é maior. A diferença é que já não é um jogo chato e difícil logo de início. Seria fácil para muitas pessoas, ficarem presas nos 1ºs desafios de Discworld devido lógica muito própria do jogo. Essa mesma lógica mantém-se em Discworld II. A diferença é de que o grau de dificuldade das quests vai aumentando gradualmente de forma ao jogador se ir adaptando à forma de jogar de Discworld. Ainda assim essa “adaptação” poderá não chegar a todos os jogadores. Para chegar a isso, é necessário explorar bastante bem os cenários e analisar itens e conversas. Mas este jogo, é de aventura de facto, portanto é suposto ser mesmo assim. Podem contar no final com 10 horas de jogo na melhor das hipóteses, sendo perfeitamente provável dobrar esse tempo de jogo dependo da capacidade de resolução dos problemas que cada jogador tiver. Mas na verdade é um tempo de jogo agradável especialmente se gostarem deste género.


No final, Discworld II: Missing Presumed é um jogo melhor que o 1º, e é também um bom jogo de aventura. Tem originalidade, e uma beleza muito própria com uma mecânica de jogo desafiante e acessível, mas não chega para ser um jogo fora de série. Ainda existe falta de tutoriais mais directos para os menos atentos, e é necessário jogar o 1º Discworld para se entender algumas piadas. Mas ainda assim, merece os parabéns pelas melhorias que fizeram. Aqui vai o veredicto:

Gráficos: 7.5 (Boas animações, mas os slow downs estragam um bocado a experiência de jogo)

Jogabilidade: 7.0 (Idêntica ao do 1º mas mais simples e acessível)

Som: 9.5 (Uma obra-prima! Trabalho fantástico)

Longevidade: 7.0 (Difícil, longo, mas não quase-impossível. O esforço compensará)


Nota Final: 7.5 (Sobe bastantes pontos em relação ao anterior, é um jogo que cativará muito os amantes de aventura, e proporcionará um bom entretenimento e alguns risos pelos jogadores. Esperemos que venham mais destes!)

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