Deixa-me lá ver se encontro...

11.2.13

In Cold Blood

Data de Lançamento: 14-07-2000
Género: Aventura
Produtora: Revolution Software
Editora: Sony









De facto existem jogos que nos deixam embasbacados, este em particular deixou-me de boca aberta! Na altura do seu lançamento, a forma mais comum de conseguir informações relacionadas a qualquer jogo era a partir da imprensa de videojogos nomeadamente as revistas. Das revistas que comprava, foram vários os jogos que me deixavam com alguma água na boca, e curiosidade, mas o meu orçamento era baixo (mesmo para jogos piratas) e nem pude pegar neles todos. In Cold Blood foi um desses jogos que me atormentou até aos dias de hoje e a razão pela qual me deixa de boca aberta é porque  jogo é simplesmente, horrível!

Aparentemente a crítica internacional foi bastante simpática com este jogo na altura porque levou (pelo menos em 3 revistas que eu vi!) um simpático 7 em 10! Ok não é uma nota de sonho, mas é sinal de um jogo aceitável e o aspecto gráfico do jogo chamo-me bastante à atenção. Algo ali relembrava me Another World (um jogo antigo que jogava na antiga Cdi) mas num aspecto tridimensional. Infelizmente os jogos da Sony tinham tendência em ser sobrevalorizados na imprensa dos videojogos (deviam pagar pouco deviam…) mas pelo que consegui apurar, houve mais pessoas a fazer criticas pesadas a este jogo tal como eu.
Ok, mas afinal de que se trata In Cold Blood?”… Sim comecemos por aí. Podemos considerar ICB um jogo de aventura na 3ª pessoa com um pouco de acção à mistura. Apenas por podemos disparar e dar socos nas pessoas, mas o intuito aqui não é esse. Há quem lhe chame point’n’click, mas apesar na semelhança com outro do género como Discworld ou Broken Sword discordo desse ponto de vista, devido ao seu controlo não se efectuar a partir de um indicador movível. O que de facto é um pena pois é exactamente os seu controlos que matam por completo este jogo. É enervante andarmos com o boneco e tomarmos-lhe uma direcção, pois este anda aos ziguezagues (obáh, eu jhuro que chó bubi coca-loca…) , e lixa-nos por completo quando estamos numa stealth mission. E quando pensamos que nos habituámos ao controlo direccional aparece-nos uma escada para subir que demoramos quase 2 minutos a selecciona-la. Sim é frustrante, e oblíquo jogarmos nestas condições, pelo que tudo o resto perde qualquer tipo de interesse. E este jogo tinha outras condições bastante interessantes para se tornar um jogo de aventura de referência.

O seu aspecto é inquestionável, com cenários apelativos e algumas sequências cinematográficas razoavelmente boas, onde graficamente o jogo consegue ser bastante bom! Foi exactamente essa apresentação visual que me cativou logo de inicio. Tinha qualquer de Resident Evil naqueles gráficos e isso só podia querer dizer que alguma coisa de boa estava ali. E se ignorarmos a parte dos controlos até está. In Cold Blood poderia ter sido um dos melhores jogos no ano em que saiu. Podia ter sido mesmo brilhante! A ideia da jogabilidade, acho-a excepcional  E talvez tenha sido por aí que a Sony também tenha sido enganada. A Revolution Software, conhecida pela brilhante série Broken Sword (o que?? Foram eles?? Não acredito!!) quis fazer um jogo de aventura e incutir um pouco de Metal Gear na coisa. E a mistura até nem estava muito mal diga-se de passagem. Os botões R e L são responsáveis pelas acções físicas como correr, agachar, e apontar a arma, e depois os botões X e Círculo é onde tomamos as acções de falar ou esmurraçar (é um bocado como eu funciono: ou falas ou então…).  













Por falar em falar, há que falar (Fala lá então rapaz!) nas falas! Gostei muito dos diálogos e do voice-acting de In Cold Blood! John Cord é um espião que foi capturado e torturado para interrogatório, e a única coisa que ele sabe realmente sabe é que foi traído, mas não sabe por que porque houve uma falha de memoria e aos poucos ele vai-se lembrando de certas partes até chegar onde está. Essas partes de memória vão se os níveis onde vamos jogar. E ao longo do jogo desenrola-se um argumento muito bem concebido e interessante onde os diálogos são fundamentais para prosseguirmos no jogo. E é justo dizer que neste parâmetro a Revolution Software esteve impecável. Os níveis são ainda assim minimamente interessantes (se fizermos um esforço heróico de ignorarmos a questão dos comandos direccionais) mas também sofrem de um grave problema – o tempo de loading de cena para cena. Isto nem seria um problema tão grave se não tivéssemos que por várias vezes fazer “backtracking” (que se traduz em voltar atrás para conseguir prosseguir no jogo),  e a determinada altura do jogo damos por nós a respirar fundo cada vez que mudamos de cena.


A este momento não existe muito mais a aprofundar. In Cold Blood foi extremamente desapontante e o facto que ter qualidade que o tornariam um jogo de obrigatório deixa cair ainda mais por terra do que se fosse um jogo mau. Se realmente tiverem curiosidade experimentem a versão PC que é ligeiramente melhor graças às melhorias que sofreu após ter sido lançado na PSX. Assim conseguirão desfrutar do melhor que In Cold Blood tem para oferecer

Gráficos: 8.0 (Cenários muito bons, e uma apresentação de invejar muitos jogos. Muito ao estilo de Resident Evil)

Jogabilidade:  4.0 (Uma combinação revolucionária destruída pela ineficácia dos controlos)

Som: 8.0 ( Voice-acting bastante agradável, tal como a Revolution o fez em Broken Sword)

Longevidade: 4.0 (9 missões, 2 CD’s, puzzle inteligentes, mas tudo isto é arruinado pela desarticulação dos comandos, duvido que aguentem até ao fim)


Nota Final: 5.0 (In Cold Blood no fim acaba por ser uma experiência desagradável, e terá de ser feito um esforço tremendo para habituarmos aos comandos e tentarmos desfrutar do resto do jogo. Não, não é assim que um jogo se deve transformar (num balde de água fria), é exactamente ao contrário.)



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